Tag Archive for Pandemia

Desemprego subiu 27,6% em quatro meses de pandemia

A população desocupada no Brasil, que era de 10,1 milhões em maio, passou para 12,3 milhões em julho, e, em agosto, atingiu 12,9 milhões de pessoas, um aumento de 27,6% desde maio. A taxa de desocupação aumentou em 0,5 ponto percentual de julho para agosto, passando de 13,1% para 13,6%.

Os dados constam da edição mensal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad Covid-19) , divulgada hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em agosto, a Pnad Covid-19 estimou a população ocupada do país em 84,4 milhões de pessoas, com aumento de 0,8% em relação a julho, mas ainda acumulando redução de 2,7% em relação a maio.

A Região Sul foi a única a apresentar queda da população desocupada (2,3%). As regiões Nordeste, com 14,3%, e Norte, com 10,3%, apresentaram as maiores variações.

A taxa de desocupação entre as mulheres foi de 16,2%, maior que a dos homens, com 11,7%, sendo que a diferença também foi verificada em todas as grandes regiões. Por cor ou raça, no Brasil e em todas as grandes regiões, a taxa era maior entre as pessoas de cor preta ou parda (15,4%) do que para brancos (11,5%).

Por grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas de desocupação maiores, de 23,3% para aqueles de 14 a 29 anos de idade. Por nível de escolaridade, aqueles com nível superior completo ou pós-graduação tiveram as menores taxas, 6,8%.

Auxílio emergencial

Em agosto, o percentual de domicílios onde pelo menos um dos moradores recebeu algum auxílio para combater os efeitos da pandemia foi de 43,9% no país, sendo que as maiores proporções estavam no Norte (61%) e no Nordeste (59,1%). O valor médio do benefício recebido pela população foi de R$ 901 por domicílio.

Entre os tipos de auxílio abordados pela pesquisa estão o emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e a complementação do governo federal pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

O Amapá, com 71,4%, foi o estado com maior proporção de domicílios onde um dos moradores é beneficiário de programa de auxílio emergencial, seguido de Maranhão, com 65,5%, e Pará, 64,5%.

“Esse índice ficou estável em praticamente todos os estados. O total de domicílios que receberam auxílio teve um aumento grande de maio para junho e, de junho para julho, praticamente não cresceu, ficando estável em agosto”, disse, em nota, a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Testes

Até agosto, 17,9 milhões de pessoas, 8,5% da população, haviam feito o teste de diagnóstico para saber se estavam infectadas pelo novo coronavírus (covid-19) no Brasil. Destas, 21,6%, o equivalente a 3,9 milhões de pessoas, testaram positivo.

Segundo a coordenadora da pesquisa, uma maior disponibilidade de testes e, consequentemente, um maior acesso a eles por parte da população podem justificar o aumento no número de pessoas que estão fazendo o exame. “Como a pandemia não acabou, é natural que aumente esse número, inclusive entre as pessoas que não tiveram sintomas, mas que tiveram contato com alguém que teve covid-19 e fizeram o teste para se certificar”, explicou.

De acordo com o IBGE, o percentual de realização dos testes para diagnóstico da doença é maior entre as pessoas com rendimentos mais altos, chegando a 21,7% no grupo de rendimento domiciliar per capita acima de quatro salários mínimos e ficando abaixo de 5% entre as pessoas que ganham até meio salário mínimo.

“Quem tem condições de fazer o exame para descartar a possibilidade [de estar com a doença] já faz nos laboratórios. Não existem indícios de que há mais contaminação entre os que têm mais renda, mas a gente tem mais pessoas fazendo o teste entre aqueles que possuem mais renda”, disse a pesquisadora.

A pesquisa aborda três tipos de testes: o Swab, exame em que o material é coletado com cotonete na boca e/ou nariz; o teste rápido com coleta de sangue por um furo no dedo; e o exame com sangue retirado na veia do braço. Dos 17,9 milhões de pessoas que fizeram o teste, 6,9 milhões fizeram Swab e, desses, 25,2% testaram positivo.

O Distrito Federal (19,4%) foi a unidade da federação com maior percentual de testes realizados, seguido por Piauí (14,4%) e Roraima (12%). “Dos 19,4% que fizeram o teste no Distrito Federal, só 4,1% testaram positivo. Então esse dado mostra que mais pessoas estão fazendo o teste do que, de fato, recebendo o diagnóstico da doença”, disse Maria Lucia.

Pernambuco (5,8%), Acre (6%) e Minas Gerais (6,1%) registraram os menores percentuais de realização de testes.

Apesar do aumento no número de pessoas que fizeram os testes, o contingente daqueles que relataram ter algum sintoma de síndromes gripais diminuiu. Em maio, 24 milhões de pessoas afirmavam ter algum dos sintomas abordados pela pesquisa, como tosse, febre e dificuldade para respirar. Em agosto, esse número caiu para 12,1 milhões, o que representa 5,7% da população.

“Agora, as pessoas que tiveram contato com outras que estiveram doentes têm mais oportunidades de tirar a prova para saber se também foram contaminadas ou não. Então tem muita gente que fez o teste sem apresentar sintoma nenhum”, informou Maria Lucia.

Foto: Agência Brasil

Políticos criticam declaração de Bolsonaro sobre número de mortos por covid-19 no país

‘E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?’, afirmou o presidente. Na terça-feira, Brasil somou 5.017 mortes pela doença causada pelo coronavírus.

 

O mundo político reagiu à declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre o número de mortos pela covid-19 no país. Nesta terça-feira (28) o Brasil atingiu oficialmente o patamar de 5.017 mortos pela doença causada pelo coronavírus, mais do que a China, origem do surto.

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias [referência ao próprio nome], mas não faço milagre”, disse Bolsonaro a jornalistas quando questionado sobre o assunto.

Major Olímpio (SP), líder do PSL no Senado

“Ninguém espera por milagres, mas o que cada brasileiro espera de fato de cada um de nós que tem a responsabilidade pública é que haja um comprometimento cada vez maior, um trabalho cada vez mais intenso para diminuir o número de mortes e minimizar os efeitos dessa pandemia. É a nossa obrigação.”

Randolfe Rodrigues (AP), líder da Rede no Senado

“É lamentável quando um presidente da República trata com desdém a morte de mais de 5 mil brasileiros e não emite uma palavra sequer de solidariedade aos seus familiares. O maior responsável pelo agravamento da crise sanitária em nosso país é o senhor Jair Bolsonaro. Ele antagonizou com governadores e prefeitos, minimizou os impactos da crise, e atacou o isolamento social.”

Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão

“Pedir a Bolsonaro para realmente governar é pedir um milagre ? Não queremos ‘milagres’, queremos apenas que ele pare de criar confusão política e de minimizar mortes e tragédias. Ou seja, queremos apenas que ele assuma os seus deveres diante de uma gravíssima pandemia nacional.”

Marina Silva (Rede), ex-ministra e ex-senadora

“Quando o presidente diz ‘e daí’ para mais de 5 mil mortos, sendo 474 nas últimas 24h, ao som de risadas de deboche de seus apoiadores, ou é um atestado por notória evidência de insanidade, ou é uma prova candente de falta de caráter e qualquer vestígio de sensibilidade.”

Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado

“O presidente Jair Bolsonaro disse que não faz milagres, mas ele é o responsável pelo pais, é o responsável pela saúde pública no país, e já há mais de 5 mil mortos, ultrapassando o número de mortos da China. O presidente estimulou o contato social, não atendeu as orientações da OMS [Organização Mundial da Saúde], e a situação vai ficar ainda mais grave. Quem vai ser responsabilizado por tantas mortes, tantas perdas em nosso país?”

Joice Hasselman (PSL-SP), deputada federal

“E daí, presidente? É muita falta de humanidade e de amor pelos brasileiros.”

Fonte: G1

Passa de 735 mil o número de contaminados pelo novo coronavírus no planeta. Espanha já registra mais de 7,3 mil mortes e governo inicia período mais duro de confinamento

Passa de 735 mil o número de infecções pelo novo coronavírus e de 35 mil o número de mortes em todo o mundo, segundo a universidade americana Johns Hopkins até às 9h40 desta segunda-feira (30). Mais de 156 mil se recuperaram da doença.

A Espanha registrou 812 novas mortes por complicações provocada pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas e o balanço de mortes supera 7,3 mil no país, informou nesta o Ministério da Saúde local. O número de mortes entre domingo (29) e esta segunda é inferior ao número recorde de 838 registrado no balanço anterior.

E o avanço da doença em território espanhol chegou às autoridades de saúde. São quase 12.300 profissionais da área infectados com o novo coronavírus, ao menos 14% do total de 85,1 mil pessoas contaminadas em todo o país. Fernando Simon, chefe de emergência de saúde, foi diagnosticado com Covid-19 e precisará ficar em isolamento.

Desta segunda até ao menos o dia 9 de abril, a Espanha enfrentará um período ainda mais duro de isolamento. Todas as atividades não essenciais foram paralisadas e os cidadão são obrigados pelo governo a permanecerem em suas casas. É uma limitação total de movimentos.

De 24 de março até aqui, não houve nenhum dia que não tenham sido registradas ao menos 500 mortes no país por Covid-19. Os dados alarmantes obrigaram o governo a tomar medidas mais drásticas para conter de fato a circulação de pessoas e controlar a pandemia.

Esforços em Nova York

Um hospital de campanha com 68 camas está sendo construído no Central Park, em Nova York, e deve estar em funcionamento a partir desta terça para atender os infectados pelo novo coronavírus. O estado de NY é o mais atingido pela doença nos Estados Unidos e registrou mais de mil mortes por Covid-19, de acordo com uma autoridade estadual em entrevista à CNN.

Um navio-hospital da Marinha também está chegando ao porto de Nova York para ajudar a aliviar a superlotação dos hospitais, de acordo com a agência de notícias Associated Press. Além de mil camas, possui 12 salas de cirurgia, que devem estar em operação por 24 horas. Nele, devem ser atendidos pacientes que não estão infectados. Nos Estados Unidos, são mais de 143 mil infectados.

Pelo mundo

Em quarentena em sua residência na Escócia há sete dias, o Príncipe Charles foi liberado de seu auto-isolamento após se consultar com seu médico. Saudável, Charles cumpriu o período designado pelas diretrizes médicas do Reino Unido, após ser diagnosticado com coronavírus na semana passada.

As medidas de distanciamento social na Argentina foram prorrogadas até o dia 12 de abril. Inicialmente programadas para se encerrar nesta terça-feira (31), o presidente Alberto Fernández anunciou a ampliação do período de quarentena obrigatória. O governo reafirmou que a medida de isolamento cumprem com o objetivo de atenuar a propagação.

A Malásia, no sudeste asiático, só irá permitir que as lojas que vendem artigos de uso diário funcionem das 8h às 20h. A determinação vale para supermercados e postos de gasolina. Sob regras isolamento desde 18 de março, serviços essenciais, como saúde, transporte e indústria de alimentos, estão funcionando. O país já registrou mais de 2,4 mil casos do novo coronavírus.

O Zimbábue dá início nesta segunda a 21 dias de quarentena em um esforço para conter a expansão da pandemia de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Em Moscou, na Rússia, o confinamento por tempo indeterminado começa nesta segunda. A tendência é que o restante do país faça o mesmo nos próximos dias. O primeiro-ministro Mikhail Mishustin alertou a população de que esse é o único jeito de controlar o avanço da pandemia. São mais de 1.500 contaminados e oito mortes.

A Bulgária vai gastar o equivalente a 566 milhões de dólares para cobrir 60% do salário dos trabalhadores em empresas cujas operações foram atingidas pela crise do coronavírus, de acordo com o primeiro-ministro Boyko Borissov. Para efeito de comparação, o gasto deve ser de 1 milhão de levs, moeda local, o equivalente a R$ 2,8 milhões.

Governadora de Tóquio, Yuriko Koike pediu aos moradores da capital japonesa para que não façam viagens desnecessárias e que não frequentem casas de música e bares. A importante cidade do Japão se prepara para um aumento no número de casos da doença e o governo conta com o bom senso dos japoneses para evitar o avanço da pandemia.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu começou seu isolamento nesta segunda, depois que o exame de um assessor parlamentar de Israel deu positivo para o novo coronavírus. Netanyahu já havia passado por um exame no último dia 15, cujo resultado foi negativo. Mesmo assim, deve ser submetido a outra análise médica nesta terça.

Número de mortes aumenta

Um dos mais afetados pela doença, o Irã registrou 117 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total para 2.757. Também nas últimas horas, foram registrados 3.186 novos contágios, informou um porta-voz do Ministério da Saúde. São 41.495 casos diagnosticados.

O número de mortes na Suíça também aumentou: o balanço total é de 295 mortes, com 15.475 pessoas infectadas. No último domingo, eram 257 mortes. É o nono país no planeta com mais infectados, atrás de Estados Unidos, Itália, Espanha, China, Alemanha, França, Irã e Reino Unido.

Uma senhora de 76 anos se tornou a primeira vítima do novo coronavírus na ilha grega de Lesbos, onde fica o acampamento Moria, superlotado de migrantes. A mulher havia sido hospitalizada na última quinta em Mitilene, capital da ilha, e teve pneumonia. De acordo com a agência grega ANA, ela foi diagnosticada com Covid-19 no sábado e morreu no domingo.

Na Bélgica, são 513 mortos por complicações relacionadas à doença. O país europeu já conta com quase 12 mil contagiados. Um dos porta-vozes do governo para a crise informou que a região ainda não atingiu o pico da doença. A Bélgica prorrogou seu período de confinamento até 19 de abril.
Fonte: G1