Pedidos de renúncia do presidente do Banco Mundial, David Malpass, surgiram nesta quarta-feira (21), depois que ele se recusou a comentar o impacto dos combustíveis fósseis sobre o aquecimento global em um evento em Nova York.
Questionado numa mesa redonda dedicada ao financiamento da luta contra as alterações climáticas, Malpass recusou-se a dar uma resposta.
“Você aceita o consenso científico de que o uso de combustíveis fósseis superaquece perigosa e rapidamente o planeta?”, perguntou o moderador do evento, ao qual o chefe do Banco Mundial se recusou a responder.
A mesa redonda, organizada na terça-feira pelo The New York Times, decorreu no âmbito da Semana do Clima em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral da ONU.
Depois de várias perguntas para saber se ele reconhecia o fato de que os combustíveis fósseis tinham um impacto real no aquecimento global, finalmente, sob pressão do público, Malpass declarou que não sabia.
“Não sou cientista”, justificou-se Malpass, preferindo destacar o “enorme esforço” feito pelo Banco Mundial para ajudar o financiamento contra a mudança climática.
Seu comentário provocou inúmeras reações de ONGs especializadas, que solicitaram sua demissão.
“O Banco Mundial não pode ser dirigido por um cético (das mudanças) do clima. O presidente (americano Joe) Biden e a diretoria da instituição devem licenciá-lo imediatamente”, afirmou Luísa Galvão, da associação Amigos da Terra, em comunicado.
“Com Malpass no comando, o Banco Mundial não pode ser confiável como um aliado do desenvolvimento sustentável”, disse Bronwen Tucker, da Oil Change International.
O Banco Mundial não respondeu aos pedidos de comentários da AFP.
No dia anterior, o ex-vice-presidente americano Al Gore acusou Malpass de ser um “cético das mudanças climáticas”, estimando que ele foi incapaz de melhorar o financiamento de projetos climáticos em países em desenvolvimento.
Considerado um fiel apoiador do ex-presidente dos americanos Donald Trump, que propôs sua candidatura, Malpass foi eleito presidente do Banco Mundial em abril de 2019.
Fonte: AFP
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