O que explica a presença da Coreia do Norte no top-10 da Fifa

Ao abrir o ranking de seleções femininas no site da Fifa, você pode não notar nada de diferente. Recordista de títulos da Copa do Mundo, com quatro troféus, os Estados Unidos puxam a fila. Atual campeã mundial, a Espanha é vice-líder. As potências Alemanha e Inglaterra aparecem na sequência, com a terceira e quarta colocações. Finalistas nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Suécia (5ª) e Canadá (6º) também estão no bolo. O Brasil é o sétimo. É aqui que entra a curiosidade. Estamos duas posições acima da Coreia do Norte. Mas, acredite se quiser: o país mais fechado do mundo não é um estranho no ninho das principais escolas da modalidade.

O espanto em ver a Coreia do Norte na nona colocação do ranking feminino da Fifa pode estar ligado ao futebol masculino. Isolado diplomaticamente, o país é quase inexistente para o público geral do esporte mais popular do planeta. Ocupa a posição 114 da classificação dos homens. O limbo no qual se encontra é justificado pelos resultados ruins. Em Copas do Mundo, são apenas duas participações. A última, em 2010, na África do Sul. Naquela edição, foi derrotada por Costa do Marfim, Portugal e Brasil. Na versão de 1966, teve o melhor desempenho. Perdeu para a extinta União Soviética, mas empatou contra o Chile, venceu a Itália e ameaçou passar de Portugal nas quartas de final.

A seleção feminina da Coreia do Norte é o verdadeiro orgulho do povo e do Kim Jong-Un, o líder supremo do país há 13 anos. A presença na primeira página do ranking da entidade máxima do futebol tem, sim, um fundamento: o investimento em categorias de base. Direcionar e desenvolver novos talentos é o que tem movido a nação de 26,16 milhões de habitantes no futebol. Reflexo disso são os Mundiais da Fifa. Com três títulos, a Coreia do Norte é a mais vitoriosa da versão sub-20 do torneio, ao lado de Estados Unidos e Alemanha. A competição sub-17 também tem o protagonismo das asiáticas, com outra trinca de troféus.

Neste ano, o país arrematou as duas competições no intervalo de um mês. O Brasil foi pedágio em uma delas. As norte-coreanas venceram por 1 x 0 o duelo pelas quartas de final do Mundial Sub-20. A dobradinha de conquistas das asiáticas foi alcançada pela primeira vez em 2016. Além delas, apenas Espanha de 2022 reivindicou os dois principais títulos de base de seleções na mesma temporada. Em 2024, os sucessos causaram uma mobilização no país, segundo informações de agências internacionais. Houve carreatas, recebimento na pista do aeroporto, torcedores com flores nas ruas e bandeiras estendidas.

A recepção de norte-coreanos às campeãs do Mundial Sub-17 Feminino

Jogadoras campeãs da Coreia do Norte sub-17 desembarcaram nos braços do povo

“Cada conquista valiosa que nossos atletas trazem tem um apelo e uma inspiração únicos, que unem ainda mais nosso povo e os impulsionam poderosamente no caminho da luta enérgica”, disse King Jong-Un à Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA, na sigla em inglês).

O Correio recorreu a uma especialista no assunto para entender o fenômeno asiático. “A Coreia do Norte não é espanto. Se você olhar para os resultados da base, elas ganhavam Mundial Sub-17 e Sub-20. Não é um espanto na formação elas serem potência”, analisa Emily Lima, primeira mulher a comandar a Seleção Brasileira feminina e atual dona da prancheta do Peru.

Mas o que explica o protagonismo de mulheres de um país no qual há poucas coisas que elas podem fazer com liberdade? A resposta está na vontade do líder Kim Jong-Un. O general é fã de esportes, extremamente competitivo e patriota. Não mede esforços para exaltar a nação. Por isso, gosta de quem gosta de representar a Coreia do Norte.

O líder Kim Jong-Un comemorou com as jogadoras o título no sub-20

De fato, elas jogam por amor. A ampla maioria não está vinculada a nenhum clube de ponta. Há relatos de que a lapidação dos talentos é feita em um “internato”. As seleções nacionais se concentram no Centro Nacional de Treino (CNT) durante toda a semana. Não há registros de pagamentos. Assim como quase tudo na Coreia do Norte, o projeto é diferentão. Os pais não incentivam os filhos a se inscreverem nas peneiras. É o Estado que define se há talento ou não.

O estilo de jogo delas não é tão vistoso. São objetivas, compromissadas taticamente e têm como trunfo o vigor físico. Derrotada pelas norte-coreanas na final do sub-17, a meia Irune Dorada definiu as adversárias como “equipe muito intensa”. “Elas não deixam você respirar”, relatou à Fifa.

Para Emily Lima, o sucesso da Coreia do Norte levanta um questionamento para Emily Lima. “O que me estranha é não dar sequência na seleção maior, aí penso na cultura do país. As mulheres chegam a certa idade, e tudo muda. É um país complicado para mulher. Só pode ser isso, pois deveriam dar continuidade. Olhando para o ranking, elas sempre estiveram entre 15 ou 10 primeiras”, expõe a treinadora.

Há várias explicações. A mais óbvia é que, assim como em outras áreas, no futebol profissional, a Coreia do Norte está atrasada. Há poucos registros da liga local. Quando cruzam a fronteira, recebem um choque de realidade. Se países como Brasil, Argentina e Colômbia não conseguem competir financeira e esportivamente com as nações da América do Norte e da Europa, imagine as norte-coreanas. Neste ano, elas ficaram de fora dos Jogos Olímpicos ao perderem para o Japão.

O país tem dificuldades na transição da base para o profissional. O fato de a Coreia do Norte ser isolada trava o intercâmbio e a evolução das jogadoras em outras ligas. Logo, se não há evolução e não se envia boleiras para fora, a seleção para no tempo. O governo rígido e controlador faz com que as atletas sejam vistas como propagandas de governo. Isso limita o desenvolvimento delas e faz com que as carreiras travem.

A última participação da Coreia do Sul em Copa do Mundo Feminina foi em 2011. Naquela temporada, cinco jogadoras caíram no antidoping e testaram positivo para um tipo raro de esteroide. O escândalo gerou o banimento do país do Mundial de 2015. A punição respingou em 2019, com nova ausência, e impactou no não comparecimento na versão de 2023.

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Retrospectiva 2024: Filipe Luís é o destaque em ano ‘agridoce’ do Flamengo

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Cobranças não autorizadas, ‘pedágio’ em doações: as denúncias de clientes da Enel no Ceará

Depois de muito tempo sem conferir a conta de energia, a professora de estatística aposentada Zélia Holanda, moradora de Fortaleza, resolveu olhar a letra miúda da fatura de forma mais detida.

Tomou um susto. Reparou que tinha pago no início de agosto, sem perceber, R$ 20 em duas doações e dois seguros que nunca tinha autorizado à Enel, a concessionária de energia no Estado do Ceará. Foi direto buscar os boletos dos meses anteriores e viu que vinha sendo cobrada desde 2022.

Correu para o WhatsApp e compartilhou um relato colérico sobre sua experiência, e não demorou até que conhecidos e familiares respondessem, surpresos, que também estavam pagando por seguros e doações sem consentimento.

Zélia foi pessoalmente a uma loja da Enel para exigir a suspensão das cobranças e o pagamento retroativo dos valores recolhidos indevidamente. A empresa abateu R$ 119 na conta de setembro, mas até agora não devolveu tudo o que ela pagou indevidamente.

Sua irmã, Edna Holanda, de 88 anos, que também vinha sendo cobrada indevidamente, pediu ajuda a uma das filhas para tentar resolver o problema.

“Liguei para a Enel e eles disseram que eu deveria ligar diretamente para a ONG pra cancelar a cobrança. Mas o telefone que aparece na conta simplesmente não funciona”, relata Tany Holanda.

Após reiterados contatos com o call center da Enel, que insistia que a consumidora deveria exigir à ONG o cancelamento da cobrança, Tany conseguiu que a distribuidora excluísse o valor da doação, de R$ 3.

Na fatura seguinte, entretanto, ele apareceu novamente. “Liguei mais uma vez e tiveram a audácia de me dizer que eu teria que ligar todo mês pra tirar a cobrança da conta. Respondi que isso era impraticável, fiz uma confusão e acabaram cedendo.”

Relatos parecidos têm sido compartilhados com frequência no Reclame Aqui, com denúncias de consumidores que dizem terem sido surpreendidos com doações das quais não tinham ciência e enfrentado uma sucessão de obstáculos para suspender as cobranças e obter ressarcimento. O mesmo problema não foi identificado pela reportagem em São Paulo e Rio de Janeiro, onde a Enel também presta serviço.

A arrecadação de doações por meio das contas de energia está prevista em lei e é regulamentada pela resolução normativa nº 1.000 da Aneel. Ela deve, contudo, ser comprovadamente autorizada pelos clientes, que podem, ao contrário do que tem acontecido no Ceará, “a qualquer tempo, solicitar a exclusão das cobranças à distribuidora”, conforme o artigo 331 da norma.

Em setembro, o Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) instaurou um procedimento para apurar a responsabilidade da empresa na cobrança de doações nas contas de luz sem autorização dos titulares, depois de ter sido procurada pela BBC News Brasil com os relatos de consumidores e de ter recebido um ofício do Ministério Público Federal repassando outras denúncias recebidas de clientes.

“Existe outra questão muito perigosa também, que é a do funcionamento e até da real existência dessas associações”, comenta o promotor Hugo Xerez, secretário-executivo do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Ceará (Decon/CE).

Ele se refere à dificuldade que alguns dos clientes enfrentam para entrar em contato com as entidades que aparecem como receptoras das doações. Em muitas das que protagonizam as queixas mais frequentes do Reclame Aqui, os consumidores sequer conseguem e reclamam que ninguém atende os números de telefones que aparecem nas contas de luz.

Representantes de outras entidades filantrópicas que também participam do convênio e conversaram com a reportagem ressaltaram que as doações por meio das contas de energia elétrica, desde que arrecadadas com a anuência dos consumidores, como determina a regulamentação, são uma fonte de receita importante para muitas entidades sérias do terceiro setor.

“As doações são também um vínculo importante que a instituição mantém com a sociedade”, acrescenta Marcílio Maia, vice-presidente da Aquasis, que há 30 anos se dedica a proteger espécies ameaçadas de extinção no Ceará.

A ONG participa do convênio com a Enel desde 2015 e também capta recursos inscrevendo projetos em editais, fonte da maior parte do financiamento para as ações de conservação de espécies.

Empresa italiana atende 4,4 milhões de domicílios no Ceará

‘Pedágio’ de 10%

Além das reclamações em relação às doações sem anuência, a BBC News Brasil apurou que, apesar de a regulamentação indicar que a arrecadação para entidades filantrópicas deve ser feita pela concessionária de energia de forma gratuita, há alguns anos a Enel passou a ficar com 10% do total.

Questionada pela reportagem, a empresa afirmou que, dos 10% que retém sobre os valores, 60% são destinados “à modicidade tarifária”, sem detalhar como o recurso é aplicado, e o restante “é usado para suprir os custos operacionais que a atividade demanda”.

A multinacional argumenta que a prática não está em desacordo com a regulamentação, afirmando que no texto da resolução “não há vedação em relação à cobertura de custo operacional para viabilização de projetos de contribuições e de doações para atividades beneficentes”.

A reportagem questionou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que confirmou que a arrecadação para as filantrópicas deve ser feita sem ônus para as entidades, fazendo referência ao artigo 639 da resolução normativa: “A distribuidora pode viabilizar a arrecadação de contribuições e de doações para atividades beneficentes de forma gratuita para as entidades sem fins lucrativos de filantropia ou assistência social que sejam legalmente reconhecidas”.

Em 2019, a soma das doações arrecadadas em contas de luz no Ceará, em São Paulo e no Rio de Janeiro chegou a R$ 38 milhões, conforme os dados contidos no Relatório de Sustentabilidade divulgado pela empresa naquele ano. Desde então, as informações referentes ao programa, batizado de “Conta Contigo”, não aparecem mais nos demonstrativos anuais.

Questionada pela reportagem, a Enel informou que, só no Ceará foram arrecadados R$ 21,03 milhões em doações em 2023.

A empresa declarou ainda, por meio de sua assessoria de imprensa, que os clientes que desejem cancelar qualquer tipo de doação na conta de energia podem procurar seus canais de atendimento e que, nos casos de cobranças indevidas, efetuará automaticamente o cancelamento e o ressarcimento na própria fatura.

E afirmou que, após tomar conhecimento da notificação do Ministério Público, está realizando uma avaliação em toda a base de parceiros que arrecadam doações, fazendo revisão nos controles e adotando medidas preventivas adicionais.

Interrupções no fornecimento da energia se tornaram mais frequentes

CPI recomendou cassação da concessão em maio

A questão das doações é mais um item em uma longa lista de problemas relacionados à prestação de serviços da concessionária.

Só neste ano, a Enel foi objeto de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), uma no Ceará e outra em São Paulo. Em ambos os casos, a recomendação foi de encerramento da concessão.

No caso do Ceará, o relatório final da CPI, divulgado em maio, enumera uma série de irregularidades e práticas abusivas cometidas pela distribuidora na prestação dos serviços de fornecimento de energia elétrica no Estado.

A lista inclui desde a cobrança recorrente de valores indevidos e reajustes abusivos (como o aumento de 24,35% nas contas de luz em abril de 2022) a “inúmeros incidentes de apagões e falta de energia recorrente de maneira difusa em todas as regiões do Estado nos últimos feriados” e a não realização de investimentos previstos no contrato de concessão.

Segundo o texto, há pelo menos 81 obras do Plano Anual de Investimento Especial em atraso, algumas com obras pendentes de execução há mais de 10 anos. Uma delas é a instalação de rede elétrica para atender à construção e operação do campus da Fiocruz no Ceará, no pólo industrial e tecnológico do município do Eusébio.

A CPI verificou uma gradativa piora na qualidade do serviço prestado pela Enel no Estado de 2017 para cá. Em 2021, último dado divulgado pela análise, a Enel passou a ocupar a 47ª posição entre 52 concessionárias no ranking que avalia o tempo que a empresa leva para solucionar reclamações.

Assim como em São Paulo, onde a empresa virou alvo de críticas após levar mais de cinco dias para restabelecer completamente a energia após um temporal no último dia 11 de outubro, no Ceará o tempo de espera para retorno da luz após interrupções no fornecimento também tem aumentado.

Cássio Tersandro, coordenador de energia da Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce), reitera que o número de reclamações de consumidores contra a empresa continua crescendo. Entre 2021 e 2023, o volume de queixas registradas por falta de energia pela ouvidoria da Arce saltou de 1.415 para 2.580, aumento de 82,5%.

Nos últimos três anos, diz o técnico, a estratégia da Arce para tentar reverter a piora na qualidade do serviço no Estado vinha sendo centrada em um plano de resultados pactuado com a Enel: a agência apresentava os pontos que deveriam melhorar e a distribuidora se comprometia a trabalhar para melhorar os indicadores.

“Claramente não funcionou aqui. A gente agora está partindo para outra abordagem, aumento a dureza na nossa atuação, e aí vamos ver como a empresa se comporta”, afirma Tersandro.

Depois da CPI, a Arce deu início a uma série de fiscalizações distribuídas em 6 temas. A primeira, centrada na qualidade do serviço prestado pela empresa, resultou em uma multa de R$ 28,5 milhões. Uma das fiscalizações em andamento tem como foco o faturamento da Enel, e deve analisar também os convênios para arrecadação de doações para entidades filantrópicas.

Enel assumiu distribuição de energia no Ceará em 2009

Calendário para 2025

O contrato de concessão da Enel no Ceará, assim como em São Paulo, é de 30 anos e se encerra em 2028. Caso a empresa quisesse prorrogá-lo, teria que fazê-lo 36 meses antes do fim do prazo de vigência, em maio de 2025, portanto.

A empresa italiana assumiu a distribuição no Ceará em 2009. Tem cerca de 1,4 mil funcionários no Estado e atende 4,4 milhões de unidades consumidoras. Em 2023, o lucro líquido da operação no Estado foi de R$ 315,4 milhões.

O professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC) Raphael Amaral avalia ser pouco provável a quebra do contrato de concessão, como recomendou a CPI da Alece. “Cassar uma concessão é quase como demitir um funcionário público. É algo complexo, um processo político que tem que envolver o governo federal, já que a concessão é federal”, diz ele.

“A Enel só saiu de Goiás porque houve envolvimento direto do governador”, emenda o professor. Em 2022, a Enel vendeu sua operação no Estado após pressão do então governador Ronaldo Caiado, que chegou a defender em diversas ocasiões a cassação da concessão.

Um caminho possível para o Ceará, ele acrescenta, seria deixar a concessão caducar e buscar outra empresa para assumir a operação em 2028.

Câmara aprova destinação de fundos para obras na Amazônia e no Nordeste

O projeto de lei (PL) 4.096 de 2024, de autoria da senadora Augusta Brito (PT-CE), foi aprovado na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (12/12) e segue para a sanção do presidente Luiz Inácio da Silva. Quando passou pelo Senado, a proposta que altera a Lei 14.165/21 foi aprovada por unanimidade.

Segundo o texto, o Fundo de Investimentos da Amazônia (Finam) e o Fundo de Investimento do Nordeste (Finor) serão extintos e seus recursos, na ordem de R$ 1 bilhão, transferidos para o Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das duas regiões.

O relator, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu a aprovação da proposta. Ele destacou que a verba do Finam e do Finor não serão utilizadas, mas sim transferidas, “para que o Ministério da Integração (e do Desenvolvimento Regional) ao realizar o leilão, porque esses fundos são recursos privados, possa redirecionar esses recursos, por exemplo, para uma das mais importantes obras do país, que é a Transnordestina”.

A ferrovia Transnordestina, que passa pelos trechos EF-232 e EF-116, foi projetada para conectar dois portos, um no Ceará e outro em Pernambuco, ao município interiorano do Piauí, Eliseu Martins. A obra com aproximadamente 1.751 quilômetros de extensão ainda está em andamento e pertence a uma subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Transnordestina Logística.

Apesar de privada, a empresa recebe recursos públicos. E esse ponto foi questionado pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP), a única parlamentar que se opôs ao PL. “Este projeto, para mim, é uma incógnita”, questionou. “O que está acontecendo aqui é a liquidação de dois fundos, o Finam e o Finor, e o que vai acontecer com esse dinheiro?”, indagou, pedindo explicações para o relator do projeto.

Ventura disse que essa transferência de fundos vai aumentar a participação acionária do governo em empresas privadas, enquanto “reduz investimento em habitação popular”. “É um governo que defende os pobres, mas está tirando dinheiro do programa Minha Casa Minha Vida para mandar para o Fundo de Desenvolvimento da Amazônia e o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste”, disparou a deputada.

Em resposta, José Guimarães argumentou que os fundos são provenientes de recursos privados, e que estão sem ter destinação, uma vez que os fundos não têm sido utilizados porque “há anos que não tem mais projeto”.

“Nós queremos que esses recursos sejam desempossados do Tesouro para que, tendo projetos, eles possam ser utilizado para desenvolver as regiões Norte e Nordeste. Não tem nada a ver com programa do governo federal. É investimento privado. É o setor privado que se beneficia dos recursos do FDNE e do FDA”, declarou o deputado. Para a autora do texto, “a proposta retorna esses recursos à sua missão originária”.

A ligação entre Eliseu Martins, o terminal portuário do Pecém, da cidade de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, e o porto de Suape, em Pernambuco, visa impulsionar o escoamento da produção agrícola e mineral da região Nordeste, elevando a competitividade da região, como defende o relator. “Essa obra aliada à transposição do São Francisco são as mais importantes obras do Nordeste brasileiro”, afirmou.

O porto de Suape, localizado na região metropolitana de Recife, entre os municípios Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, é o maior porto do Nordeste e o quinto, a nível nacional. “É algo muito importante para a indústria desses estados, para a pecuária e para aqueles que operam com fertilizantes porque a Transnordestina vai fazer esse transporte, a integração desses três portos”, argumentou Guimarães.

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Contradição e invenção: veja o que disseram os presos por ataque a caminhão

Quatro homens, acusados pela polícia de serem traficantes e de envolvimento na tentativa de assalto a um caminhão de carga, que terminou com um vigilante assassinado, no posto Nova Colina, em Taguatinga, — na terça-feira — tiveram prisões preventivas decretadas pela Justiça, ontem. Cleomar Marcos da Silva, 41, motorista do veículo; Francisco de Assis Bispo de Jesus, 40; José Eraldo Dutra Bezerra, 36; e Sidney Cardosa Passos, 35, foram indiciados por latrocínio (roubo com morte). A preventiva foi decretada após audiência de custódia. Eles devem ser trasladados do Departamento de Polícia Especializada (DPE), nos próximos dias, ao Complexo Penitenciário da Papuda.

Conforme o Correio divulgou, com base em informações dadas por fontes da área de segurança pública, o grupo teria agido em conjunto para abastecer o Distrito Federal com mais de 400kg de skunk — que vinha na carreta. A droga é conhecida como “supermaconha” pelo alto teor de Tetrahidrocanabinol (THC), substância presente na Cannabis — planta da maconha —, que pode causar alterações psíquicas em quem a consome. As autoridades disseram que o entorpecente seria entregue à facção criminosa Comboio do Cão, organização à qual o quarteto, supostamente, está faccionado.

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Segundo investigadores, a transação não foi concluída devido à ação de dois vigilantes armados. Eles acompanhavam o caminhão, onde acreditavam haver apenas televisores, e, aparentemente, ignoravam que junto aos eletrônicos em outras caixas havia droga. Há indícios de que a quadrilha — que testemunhas do atentando afirmam portava fuzis — não esperava uma reação firme da segurança, feita pelos funcionários de uma empresa contratada pelo dono das televisões, e composta por só duas pessoas sem armas potentes. A polícia não considera, até o momento, que prestadora do serviço de entrega e o dono dos aparelhos soubessem do skunk.

Depoimentos prestados pelos quatro investigados na Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) apontaram inconsistências e aumentaram as suspeitas dos investigadores contra esses acusados.

A conduta que mais chamou a atenção, até agora, foi a do motorista. Cleomar Silva. Ele foi contratado para dirigir o caminhão partindo, há poucos dias, de Manaus (AM) rumo ao destino final: o município de Serra (ES). No último domingo, quando passava pelo estado de Tocantins, Silva ligou para a transportadora informando ter sofrido uma tentativa de assaltado, história que a polícia do DF considera ser falsa. No dia desse contato telefônico, informado do ocorrido, o dono das televisões contratou uma equipe de escolta para acompanhar os produtos e garantir a entrega em segurança.

Ao Correio, investigadores revelaram, que, enquanto estava em Tocantins, o condutor teria despertado a atenção dos vigilantes ao ser flagrado conversando com dois homens de modo suspeito. Eles seriam Sidney Passos e José Bezerra. À polícia, Passos disse ser primo de Silva e que foi ao encontro dele, acompanhado de Bezerra, para prestar assistência. Esse familiar, segundo as investigações, ainda teria sido informado pelo parente da tentativa de assalto e que os criminosos o obrigaram a usar drogas.

Por sua vez, Bezerra teria negado, em seu depoimento, envolvimento com qualquer ação ilegal. Confirmou que acompanhou Passos a fim de ajudar Silva e que, após encontrá-lo, pernoitaram em Uruaçu (GO), entre a última segunda-feira e ontem, quando se deu o ataque no DF. Assegurou que se mantiveram em território goiano, saindo da cidade onde dormiram rumo a Pirenópolis (GO), por volta das 6h da manhã, para encontrar a esposa. Bezerra, em suas declarações, teria destacado que no caminho, ele e Passos foram abordados por militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e conduzidos à Corpatri. Mas, para o Correio, policiais asseguraram não ter dúvidas do envolvimento dos dois no delito.

Autoridades ligadas ao caso contaram que a facção, mesmo ciente da escolta armada, não recuou e se posicionou no posto Nova Colina, na BR-070, para esperar a carga. O plano era passar a droga do caminhão para os carros em que estavam.

Quando o veículo chegou ao local, em Taguatinga, por volta das 4h da última terça-feira, os dois seguranças viram a movimentação e reagiram a disparos feitos pelo bando que os aguardava e, supostamente, integra o Comboio do Cão, segundo a polícia. O vigilante Ronivon Lima Dias, 41, morreu na hora, atingido por balas. O outro segurança — que não teve o nome divulgado — encontra-se internado, em estado grave, no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

Após o tiroteio, forças de segurança foram mobilizaram para localizar os agressores e outros suspeitos. A operação, além da prisão do motorista, localizou dois automóveis que, supostamente, foram usados pelo grupo criminoso: um HB20 — encontrado carbonizado, em um terreno baldio, no Sol Nascente— e um Zafira, conduzido por Francisco de Assis Bispo, próximo ao Jóquei Clube, na região da Estrutural. Ele disse que foi contratado para “dar fim” ao carro”.

“O poder de destruição de armas de grosso calibre coloca grandes quantidades de pessoas em risco uma vez que possui um alcance muito maior do que revólveres e pistolas, inclusive criando uma barreira e um distanciamento das forças policiais normais, ou seja, grupos que não têm treinamento ou equipamento que façam frente a esses agressores. Nesse caso falamos de mais de 90% dos profissionais de segurança que atuam na proteção da população. Junto a isso, são armamentos utilizados para grandes operações do crime organizado, como roubos a banco, ataques a carro-forte e roubo de carga, crimes com maior possibilidade de lucro.

Essas armas ingressam pela grande fronteira seca do Brasil com outros países do Mercosul ou por intermédio de regiões portuárias, onde o narcotráfico e facções criminosas se valem do seu grande poder econômico para aliciar grupos envolvidos nesse tipo de contrabando. Esse esquema ilícito sofre impacto, primordialmente, a partir de investimento em inteligência, onde forças estaduais e federais de segurança ainda carecem de maior investimento. Outros pontos de atenção ficam no esvaziamento da economia do crime, dando um golpe no que financia a aquisição desse material bélico; e adicionalmente em melhorias nos investimentos direcionados a inovação tecnológica para a segurança pública , capacitação, treinamento, conexão e intercâmbio Entre as forças de segurança nacionais e internacionais.”

Leonardo Sant’Anna, especialista internacional em segurança e ex-subsecretário de Segurança do DF

Uso de câmeras corporais em Minas não é “prioridade”, diz comandante da PM

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) não tem a previsão de aumentar o uso de câmeras corporais nas equipes do estado. De acordo com a o comandante-geral, coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, a utilização do equipamento requer um investimento que, no momento, não é “prioridade” da corporação.

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Em coletiva com a imprensa, Garcia disse que outros tipos de aportes serão priorizados, como na contratação de mais militares, novos coletes e novas viaturas. A declaração foi feita em balanço das forças de segurança do governo de Minas Gerais, nesta quarta-feira (11/12). A corporação informou que os investimentos realizados ao longo do ano, que totalizam R$ 500 milhões, foram na expansão da frota, que teve a formação de 3 mil novos policiais militares, em 1.347 novas viaturas e 8.200 coletes.

“Os equipamentos também passam por um processo de modernização. Então, quando eu falo no investimento dos coletes, eu estou trazendo coletes novos. Quando eu falo da aquisição de armas, não é falta de armamento, mas são armamentos mais modernos. E aí, da mesma forma, falamos dos outros equipamentos”, declarou o comandante-geral da PMMG.

Em São Paulo, a utilização obrigatória do equipamento foi determinada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Barroso, que atendeu a um pedido da Defensoria Pública paulista em meio a uma escalada de violência policial.

No entanto, a captação de imagens que possam ter flagrantes de violência policial não é uma questão de preocupação para o comandante de Minas Gerais. Questionado se a PMMG teria uma resistência na utilização de câmeras corporais, mesmo com a decisão de Barroso em São Paulo e com a disponibilização do Ministério Público de Minas Gerais de verbas que poderiam ser utilizadas no investimento de dispositivos de gravação, o comandante negou que houvesse uma resistência por parte do órgão.

“Nós estamos falando, talvez, de uma das melhores polícias do Brasil, com menor taxa de letalidade e com melhores índices de segurança pública. E aí, não tem nenhuma restrição. Nós temos policiais militares, inclusive, que usam câmeras que são adquiridas de forma particular. O que eu entendo que exista, por parte deste comandante, é uma priorização”, contou o Comandante Frederico.

Novo modelo de utilização

Segundo ele, está sendo discutida a utilização de outro tipo de modelo de funcionamento para as câmeras, a depender do investimento de novas tecnologias. Conforme explicou o militar, a câmera grava ininterruptamente, a partir do momento em que o policial entra em serviço.

No ponto de vista dele, o atual funcionamento das câmeras pode ser maléfico para a privacidade do PM e das pessoas que possam estar em contato com o militar durante a jornada de trabalho do policial. “Grande parte de alguns dos serviços que nós fazemos é em decorrência do policiamento comunitário, onde a comunidade passa para o policial militar informações importantes de segurança pública, que frutificam outras operações”, complementou Garcia.

“Logicamente, a pessoa que quer e se sente segura em manifestar alguma informação para o policial militar, a partir do momento em que ela perceber que está sendo gravada, eu entendo que ela não vai sentir essa segurança”, afirmou o coronel.

Para ele, o ideal seria um modelo de funcionamento em que o militar tenha autonomia em iniciar as gravações, ou que tecnologias implementadas na vestimenta do oficial possam começar os vídeos, como no momento em que a arma é sacada. “É um momento crucial da operação”, comentou o comandante-geral.

??rbitro da ???máfia do apito??? processa emissora e tenta evitar lançamento de documentário

O árbitro Edilson Pereira de Carvalho, principal personagem da “Máfia do Apito”, entrou com processo contra a Globo e a produtora Feel The Match. Assim, o ex-juiz tem como objetivo evitar o lançamento de um documentário sobre o escândalo de manipulação de resultados. A produção tem estreia prevista para o próximo ano.

A coluna “f5”, do jornal “Folha de São Paulo” teve acesso aos documentos da ação, que transita na 52ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O pedido do ex-árbitro para iniciar o processo foi enviado na quinta-feira (05/12). Em seguida, a escolha do juiz responsável ocorreu, na última segunda (09). Em sua solicitação, Edilson argumenta que houve desrespeito ao direito de imagem. Assim, reclama que sofreu danos morais.

De acordo com relato do mesmo, a emissora tem o intuito de relembrar erros e novamente arruinar sua reputação, com exposição à opinião pública. Ainda por cima, o ex-profissional acredita que já cumpriu a punição prevista e não considera uma pessoa pública. O ex-árbitro exige o pagamento de uma indenização de R$ 1 milhão, exatamente por danos morais e materiais, se houver realmente o lançamento do documentário.

A Feel The Match tem como proprietário Bruno Maia e se trata da mesma empresa que produziu outro longa-metragem de sucesso recente, “Romário O Cara”, para a plataforma de streaming Max. Os representantes jurídicos de Edilson Pereira de Carvalho não se manifestaram durante ou após os contatos. Já a Globo ou a Feel the Match indicaram que não se aprofundam em casos judiciais.

A intitulada “Máfia do Apito” correspondeu a diversas acusações de envolvimento dos árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon em esquema de manipulações de resultados de jogos da Série A e B em 2005. Um grupo de investidores em apostas esportivas negociou com Edilson, que integrava o quadro de arbitragem da Fifa. O objetivo desses interessados era assegurar resultados que os mesmos apostaram em sites ilegais.

Durante o inquérito, identificou-se também a participação de Danelon. Depois das investigações, ambos os árbitros foram banidos do futebol. Posteriormente, alvo de denúncias pelo Ministério Público de crimes como estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

O processo penal recebeu uma suspensão em 2007 por uma determinação de desembargador Fernando Miranda, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em seguida, em agosto de 2009, o mesmo juiz e outros dois colegas de profissão estabeleceram o arquivamento da ação. O trio alegou que a apuração não comprovava a autoria do crime de estelionato. Deste modo, a movimentação concluiu o inquérito a respeito desta possível quadrilha.

No cenário esportivo, as 11 partidas que Edílson foi árbitro no Campeonato Brasileiro de 2005 foram invalidados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Assim, Luís Zveiter, que era o presidente da corte na época, argumentou que a anulação ocorreu para extinguir totalmente a influência de Edílson na Série A. Além disso, o intuito era recuperar parte do prestígio da concorrência pelo título.

Na ocasião, o campeão foi o Corinthians, que encerrou a sua participação na Série A, com uma vantagem de três pontos para o segundo lugar, o Internacional. Caso a decisão fosse por manter os resultados iniciais, o Colorado tinha chances de ser o campeão, cenário que a torcida da equipe gaúcha contesta até os dias atuais.

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6 tendências para o turismo em 2025

6 tendências para o turismo em 2025 (Os viajantes, em constante busca por experiências únicas, impulsionam transformações significativas no mercado, que se adapta para atender às crescentes demandas globais, mesmo diante das instabilidades econômicas e sociais. (Foto: 89Stocker))

O mercado global de viagens e turismo está projetado para atingir US$11,1 trilhões e gerar 348 milhões de empregos até o final de 2024, com o setor mantendo um ritmo acelerado de expansão para o próximo ano. Os viajantes, em constante busca por experiências únicas, impulsionam transformações significativas no mercado, que se adapta para atender às crescentes demandas globais, mesmo diante das instabilidades econômicas e sociais. Aqui estão as 6 tendências que podem fazer de 2025 um ano bastante impactante para o turismo, com destaques que vão desde o resgate nostálgico dos Heydays até a crescente popularidade de destinos mais extremos.

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Nostalgia Pura: Revivendo os dias felizes

O ano de 2024 foi desafiador, marcado por preocupações climáticas e mais de 80 eleições nacionais que dominaram o cenário global. Em resposta, 2025 promete entre as tendências uma onda nostálgica, com consumidores buscando refúgio em memórias felizes e despreocupadas – os chamados New Heydays.

Essa é uma das tendências que deve aquecer a demanda por destinos e experiências que remetam a “tempos mais simples”. Lugares com temáticas dos anos 80, 90 e 2000, atrações lúdicas que resgatem o “a criança interior” e atividades inspiradas em programas e filmes clássicos estão no radar dos viajantes. Destinos que evoquem momentos marcantes da vida também devem ganhar popularidade.

“Estamos observando um aumento no número de hóspedes que retornam aos nossos resorts para reviver experiências marcantes, como lua de mel ou viagens em grupo com amigos”, comenta Antonio Fungairino, Head de Desenvolvimento das Américas da Hyatt Inclusive Collection, a linha de resorts da rede Hyatt. “Esse movimento de revisitar memórias está crescendo no turismo, e garantir que o hóspede encontre uma experiência tão boa quanto – ou melhor – do que a vivida anteriormente será essencial para as grandes operadoras de turismo.”

Silent travel

Em um mundo cada vez mais conectado, onde os estímulos sonoros e visuais são constantes, o silêncio tornou-se um verdadeiro artigo luxo. Encontrar um local para se desconectar e vivenciar momentos livres de interferências pode parecer um desafio, mas essa experiência está se tornando cada vez mais acessível, especialmente durante as férias.

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A tendência do “silent travel” está ganhando força, oferecendo destinos e acomodações que priorizam a redução máxima de ruídos, criando um ambiente ideal para relaxamento profundo. Essa proposta se torna ainda mais valiosa quando combinada com tratamentos do sono, que visam potencializar o descanso e o bem-estar dos viajantes.

Além disso, a procura por programas de sono em hotéis e resorts de luxo está em constante crescimento. Muitos desses estabelecimentos já oferecem programas completos dedicados à qualidade do sono, com tecnologias que monitoram padrões de sono, identificam barreiras e realizam testes de profundidade, além de propor soluções personalizadas para melhorar o descanso. As experiências incluem atividades como yoga, caminhadas ao ar livre, meditação, reflexologia, massagens relaxantes e até camas projetadas especialmente para promover o sono reparador com ajuda de inteligência artificial. Combinando tranquilidade, inovação e conforto, esses destinos representam uma nova era no turismo de bem-estar, onde o silêncio e o sono de qualidade são os protagonistas.

Turismo de Fronteira

O turismo de fronteira refere-se às viagens realizadas entre países vizinhos, aproveitando os diversos atrativos turísticos que cada nação oferece, como paisagens naturais, patrimônios históricos, aventuras, opções de lazer, eventos culturais e gastronomia.

Essa modalidade de turismo tem ganhado destaque, especialmente devido ao aumento nos preços das passagens aéreas e ao crescente interesse em explorar destinos menos convencionais. Essa é uma das tendências vem despertando atenção no mercado e impulsionando iniciativas estratégicas. Um exemplo disso são os ministérios do Turismo de Espanha e Portugal, que já estudam formas de fortalecer o turismo nas áreas de fronteira. O objetivo é posicionar a Península Ibérica como um dos destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis do mundo.

Além disso, essa modalidade de turismo proporciona uma ruptura com os destinos mais populares, como grandes capitais, incentivando a descoberta de áreas mais remotas, de difícil acesso e menos frequentadas pelo turismo tradicional.

Essa abordagem pode englobar tanto atividades desenvolvidas nas regiões fronteiriças pelos cidadãos locais, quanto viagens que cruzam fronteiras mais distantes e incomuns, como a Antártica.

Turismo para solteiros

Ao redor do mundo, as pessoas estão cada vez mais saturadas de encontros online e buscando formas espontâneas de se conectar no mundo real. De acordo com uma pesquisa feita pela Forbes Health , 79% dos solteiros da geração Z já vivenciaram o fenômeno do date burnout — o esgotamento de se envolver em encontros por aplicativos e a sensação de superficialidade nas interações.

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Uma pesquisa da Globaltrender revelou que o número de viajantes solo de lazer cresceu 15,6% em 2023 em comparação ao ano anterior, e essa é uma das tendências deve continuar em 2024, com um aumento adicional de 9,2% registrado até o momento. Esse movimento se reflete, por exemplo, no perfil dos hóspedes: a rede Hyatt Inclusive Collection relatou que viajantes solteiros já representam a maioria em algumas de suas linhas de resorts all-inclusive, como os resorts da linha Breathless e que esses hóspedes procuram estão busca de uma combinação de relaxamento e oportunidades para interação social real.

(Foto: Divulgação Hyatt Inclusive Collection)

Com base nos dados disponíveis, espera-se que 2025 registre uma alta demanda por destinos e experiências voltadas para viajantes solo, que priorizam personalização, liberdade e a oportunidade de criar novas conexões.

Destinos conhecidos por promover encontros no mundo real, como aqueles com vida noturna vibrante, cruzeiros e resorts exclusivamente para adultos, tendem a ter uma alta procura no próximo ano. Locais famosos pelo romance como Paris e Costa Amalfitana também vão estar no topo das listas de desejos. Além disso, hotéis que oferecem atividades interativas, como oficinas de hobbies ou práticas esportivas, devem ganhar destaque. Essas experiências não apenas tendem a enriquecer a viagem, mas também fomentam a formação de laços por meio de interesses compartilhados.

Diferentes gerações em um só destino

Após anos marcados por viagens voltadas para ostentação nas redes sociais, uma das tendências agora é que as pessoas priorizem momentos significativos com aqueles que amam. Um estudo realizado pela Skift aponta que as viagens em família estão se consolidando como uma das principais tendências. Cerca de 42% dos entrevistados indicaram que seu principal motivo para viajar é fortalecer laços e criar memórias compartilhadas com a família. O estudo também revelou o crescimento das viagens multigeracionais: 46% das famílias afirmaram incluir diferentes gerações em seus planos de viagem, e 45% planejam aumentar o orçamento destinado a viagens familiares em 2025.

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Essa nova dinâmica exige que as empresas do setor de turismo adaptem suas ofertas para proporcionar experiências que atendam pais, avós, jovens e crianças de forma integrada. Investimentos em infraestrutura e serviços especializados, capazes de atender às necessidades de todas as famílias, devem ser feitos pelas empresas que desejam atrair essa gama diversificada de turistas.

“Alcançar esse nível de personalização de espaços e experiências, embora demande um investimento inicial significativo para a criação ou remodelação das infraestruturas e do capital humano do resort, é uma estratégia cada vez mais valorizada pelos viajantes. Em linhas como Sunscape e Dreams Resorts, nossa prioridade é oferecer um serviço que atenda às necessidades de todas as idades, combinando infraestrutura adequada, como berçários, brinquedos e espaços para festas, com acessibilidade que garanta deslocamentos seguros e confortáveis e também programas mais adultos como jantares românticos, imersão na cultura local e um serviço de spa de alto padrão” explica Antonio.

Temporadas intermediárias

O crescimento dessa tendência foi impulsionado pelo impacto das redes sociais, que popularizaram destinos. À medida que os hotspots turísticos se tornam saturados, muitos viajantes começaram a procurar destinos fora da alta temporada para tentar aproveitar as férias com mais exclusividade. Uma pesquisa revelou que 68% dos entrevistados se orgulham de descobrir destinos menos conhecidos antes de eles se tornarem populares . Essa é uma das tendências impulsionada pelo desejo de experiências de viagem mais significativas e pela preferência por evitar pontos turísticos lotados.

As vantagens são muitas: o custo é mais acessível. Estima-se que as passagens aéreas sejam, em média, 23% mais baratas durante a baixa temporada. Além disso, para atrair hóspedes, os hotéis frequentemente oferecem pacotes promocionais. Outro ponto positivo é a tranquilidade: as viagens costumam ser menos movimentadas, permitindo que os turistas escapem das longas filas em restaurantes badalados e em pontos turísticos populares.

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Por outro lado, as desvantagens podem incluir a indisponibilidade de algumas atividades em determinados destinos fora de temporada, um clima mais instável e menos opções de vida noturna para quem procura agito. No entanto, essas questões podem ser compensadas com a escolha de passeios fora dos roteiros convencionais, proporcionando uma imersão mais profunda na cultura local. Com menos turistas, é possível interagir mais com os moradores da região e viver uma experiência mais autêntica.

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Ibaneis participa de lançamento de edital da nova sede do TRF1

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, esteve presente nesta segunda-feira (09/12), na cerimônia de lançamento de edital para conclusão da nova sede do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). O evento, realizado na Novacap, no Setor de Áreas Públicas, comemorou a parceria entre o Conselho da Justiça Federal (CJF) e o Governo do Distrito Federal (GDF) e o andamento do projeto.

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“A situação do tribunal hoje é bastante precária, ocupa diversos prédios ali no centro da cidade, todos eles separados. O ambiente das turmas já não comporta mais o crescimento que teve dentro do Tribunal”, afirmou Ibaneis.

A Construção, que começou em 2008, ficou a cargo da Novacap desde o ano passado e está prevista para ser finalizada em 2028. O projeto, de investimento de mais de um bilhão de reais, é do arquiteto Oscar Niemeyer. “Eu tenho certeza que a partir da entrega dessa obra, que vai ser mais um patrimônio cultural e artístico, nós vamos ter esse resgate que é merecido pelo TRF-1”, ressaltou o chefe de estado.

O Prédio

O novo prédio do TRF-1 será localizado na Quadra 5 do Setor de Administração Federal Sul e contará com 168.886,71 de área construída. O empreendimento, que já alcançou o patamar de mais de 39% de conclusão, é considerado uma das prioridades da nova gestão do Tribunal, e será dividido em quatro blocos (A, B, C e D).

Abel admite fraca atuação do Palmeiras contra o Fluminense: ‘Merecemos as críticas’

O Palmeiras entrou na última rodada do Campeonato Brasileiro com uma chance remota de título, dependendo de um revés do Botafogo para o São Paulo. No entanto, a equipe paulista não fez o dever de casa e perdeu para o Fluminense por 1 a 0, em pleno Allianz Parque. Assim, na coletiva de imprensa, Abel Ferreira disse que se orgulha do time, porém admitiu que a atuação deste domingo (8) foi fraca.

“Eu me orgulho dessa equipe. Menos hoje. Hoje estou triste. Triste com o que os jogadores fizeram hoje, não esperava isso. Hoje, não lutamos. Merecemos todas as críticas. Fomos a sombra da nossa equipe. Todo mundo pode criticar, porque faltou alma. Quando falta alma, tem que falar. Nesse sentido, nem ano passado estava tudo bom e nem nesse ano está tudo mal”, disse.

“Sabem quem ganhou a Libertadores ano passado? O Flu, e veio a brigar contra o rebaixamento. Atlético-MG foi finalista de Copa do Brasil e Libertadores. Assim, a mim, ninguém vai ensinar que o futebol brasileiro é competitivo. Eu estou aqui há quatro anos. Quando um time é melhor do que o Palmeiras, como foi o Botafogo, eu só tenho que vir aqui e parabenizar”, completou.

O treinador fez questão de parabenizar o Botafogo, que conquistou o título do Campeonato Brasileiro, depois de 29 anos. Além disso, falou sobre o planejamento para a próxima temporada e que a competição ficou ainda mais acirrada com as SAFs.

“Não preciso falar mal do Palmeiras para enaltecer o Botafogo. Foi o time que mais investiu na América do Sul. Então, não precisamos falar mal do Palmeiras. O Senna não deixou de ser referência por ter ganho três títulos em dez anos. Você acha vergonha o que fizemos na Libertadores? Jogamos mal lá e fomos guerreiros aqui. Assim, no Brasileirão também”, frisou.

“Agora, é fácil falar do treinador, João, Joaquim… Chegamos na nossa casa podendo ser campeões. Estava na nossa mão e não conseguimos. Fomos uma sombra. Mas contra o Botafogo tivemos tudo, e não conseguimos. Até o Botafogo chutar a primeira, chutamos quatro. Fizeram 1 a 0 num escanteio que não existiu. Depois, tivemos duas chances claras, com trave. E o jogo acabou com a expulsão”, explicou.

“Nunca vou dar certeza de título. Tenho mais um ano de contrato para dar o melhor de mim, com os recursos que tenho e não vou prometer título a ninguém. A gente vai tentar combater o investimento de Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, do Flamengo, e as SAFS, temos que que percebeu que o Palmeiras atingiu um equilíbrio de processos. O momento da marca Palmeiras cresceu muito nacionalmente, pelos processos que fazem aqui. Vamos fazer como Guardiola e Klopp faz: renovar. Temos que estar preparados para preparar os mais jovens. Não vou alterar porque ganhei nem alterar porque perdi”, concluiu.

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