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Fashion em todas as ocasiões: looks do trabalho ao happy hour

Com o fim de ano, além das festas de família, começa também a temporada de confraternizações. É um happy hour daqui, um amigo-oculto de amigos dali e uma série de oportunidades para relaxar um pouco depois do ano de trabalho.

Mas a rotina continua corrida e, na grande maioria das vezes, é impossível passar em casa depois do trabalho para se arrumar para o rolê. A solução, nesses casos, é investir em looks que transitam bem tanto no ambiente corporativo quanto em bares, restaurantes e baladas.

Existem algumas peças que são coringas e se transformam apenas com a adição de um acessório ou uma mudança no sapato. Entre elas, o produtor de moda e diretor de desfiles Gabriel Guimarães (@gabguimaraes) destaca a camisa branca para todos os gêneros. “É clássica e versátil, pode ser usada com diferentes calças ou saias”.

A saia midi em apresentações casuais, que podem ser transformadas em um look escrióio com um blazer ou uma camisa

Também adepta da camisa branca, a consultora de imagem Lilian Lemos (@lilianlemosmachado) ressalta as saias midi, mais soltas e rodadas e as pantalonas. Ao mesmo tempo em que podem ser discretas e formais quando usadas sem acessórios e com os cabelos presos, transformam-se em looks perfeitos para o barzinho ou a balada quando combinados com itens mais chamativos.

“Um acessório poderoso, como um brinco grande ou um colar estilo corrente, acende o look na hora. Eles ficam próximos do rosto e chamam a atenção. Se completar com um cinto bonito de metal, que está super na moda, a roupa já sobe de nível e vira de festa”, comenta Lilian.

Como nem sempre é possível trocar os sapatos, a consultora explica que os acessórios

são realmente os melhores aliados nesses momentos. Ela sugere também cores fortes e neutras, que combinam com a maioria das bijuterias e joias. O vinho e o azul-marinho estão em alta e, ao mesmo tempo em que ficam discretos no ambiente corporativo, tornam-se elegantes no happy hour.

Saia midi em diversas apresentações e combinações que vão desde as mais arrumadas até as mais despojadas

A saia midi, seja ela rodada, seja rente ao corpo, como as saias lápis, super indicadas por Gabriel, permitem tanto looks mais descolados, quando usadas com tênis e camiseta, quanto os mais finos, se combinadas com camisas e salto alto.

“Elas são ótimas opções para ambientes formais e viram uma produção totalmente diferente quando você troca a blusa. Os vestidos midi também seguem essa linha, podem ser formais e despojados a depender dos acessórios e do sapato”, ensina Gabriel.

Quem usa blazer no ambiente de trabalho acaba tendo um trunfo. O produtor de moda ensina que é possível usar uma blusa informal ou até uma regata por dentro da peça e tirá-lo na hora do happy hour. Além dos acessórios, como brincos e colares, Gabriel destaca um dos queridinhos do momento e que pode ser usado na cabeça, na roupa, na bolsa, no colarinho e onde mais a imaginação mandar: o lenço.

O batom vermelho e a blusa tomara que caia transformaram a pantalona em um item super fashionista

Para os homens, mudar o visual pode ser um pouco mais difícil. Os que usam camisa costumam estar com a peça amarrotada ou suada ao fim do dia e, por isso, Lilian indica, para quem puder, que o ideal é trocar a camisa. “Dependendo do evento no pós-expediente e de quem ele vai encontrar, pode valer a pena levar uma camisa extra no cabide dentro do ônibus ou do metrô. Dá um trabalho a mais no trajeto, mas, dependendo, pode compensar”, comenta.

Tecidos tecnológicos, muito comuns hoje em dia, e que não amassam também ajudam e são alternativas para quem não quer trocar. No fim do dia, tire a gravata, abra um ou dois botões e coloque a camisa para fora da calça para um ar mais despojado.

Assim como ocorre com as mulheres, as cores ideais das calças, para eles, são as mais escuras, que casam bem com todo tipo de camisa. “Com uma camisa preta, fica aquele look todo dark; com uma clara ou branca, cria um contraste que também chama a atenção”, explica Lilian.

Aqui, a pantalona fica simples e elegante, combinada com uma camisa. Mas uma regata estilosa por dentro pode ser o segredo para um look informal

Os cabelos penteados, as unhas bem cortadas e a barba feita também fazem toda a diferença, assim como um toque de perfume mais intenso de noite. “Detalhes mudam tudo e mostram que você está preparado para aquele momento”, completa.

Embora a maioria dessas dicas se encaixe para quase qualquer um, a consultora comenta a importância de conhecer o próprio estilo e a cores da sua cartela pessoal. Assim, é possível investir em peças e tons que valorizem a sua beleza e mostrem o que você quer comunicar com seu visual.

Muitas pessoas precisam usar uniformes ou peças padronizadas na rotina de trabalho, nesses casos, quando forem sair depois do expediente, é importante levar opções de roupas versáteis. Para as mulheres, Lilian indica vestidos de tecidos que não amassam — crepe e elastano são as melhores opções. Por serem apenas uma peça, são mais fáceis de levar e combinar. Coloque uma sandália, batom forte e brinco grande, pronto!

“Na maioria dos casos, o uniforme pode ficar em um vestiário ou armário no ambiente de trabalho, então a mochila ou sacola só fica cheia na ida. Na hora de sair, deixe tudo ali e saia apenas com o necessário”, sugere a consultora.

Para os homens, tecidos que não amassam também devem ser um investimento. As sacolas com fundo quadrado são as mais indicadas para levar o look para o trabalho. O sapato vai no fundo e as roupas por cima.

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Aviso de licitação anuncia construção de nova feira no Paranoá

Foi publicado nesta sexta-feira (06/12), no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), o aviso de licitação para a construção da nova Feira Permanente do Paranoá. A obra, que será executada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), tem um investimento estimado de R$ 14,5 milhões e não há previsão de entrega.

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Desde 2019, o Governo do Distrito Federal (GDF) construiu ou reformou as unidades de Gama, conhecida como Feira Galpãozinho, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Candangolândia, M Norte (Taguatinga), Sobradinho, Brazlândia, São Sebastião e Núcleo Bandeirante.

Segundo dados do Sindicado dos Feirantes do DF (SindiFeira-DF), o DF tem 120 feiras, entre elas 44 permanentes, 47 livres orgânicas, 25 livres tradicionais e quatro shoppings populares.

Bitcoin alcança valor recorde de US$ 100 mil: 7 momentos que definem a criptomoeda

A cotação do bitcoin ultrapassou pela primeira vez US$ 100 mil (R$ 600 mil), batendo um novo recorde.

O valor da maior criptomoeda do mundo foi impulsionado pela expectativa de que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, adote políticas favoráveis às criptomoedas.

O marco histórico foi alcançado horas depois que Trump anunciou que nomearia o ex-comissário da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês), Paul Atkins, para liderar o órgão regulador de Wall Street.

Atkins é visto como sendo muito mais favorável às criptomoedas do que o atual chefe da SEC, Gary Gensler.

O marco de US$ 100 mil gerou comemorações por parte de entusiastas das criptomoedas no mundo todo.

O valor do bitcoin, que flutua bastante, sempre atraiu interesse, com seus apoiadores reagindo com alegria quando a criptomoeda bateu recordes anteriores — e com afronta quando o preço despencou.

Mas esse marco em particular estava sendo especialmente aguardado com ansiedade. Durante semanas, gráficos, memes e análises circularam nas redes sociais com previsões sobre quando seu preço atingiria o valor considerado um santo graal no mundo das criptomoedas.

Milhões de espectadores chegaram a participar de festas virtuais para acompanhar a cotação, à medida que o preço se aproximava dos US$ 100 mil.

O valor de um único bitcoin é um dos termômetros do otimismo no setor de criptomoedas, que agora está estimado em US$ 3,3 trilhões, de acordo com a empresa de análise Coin Market Cap.

A vitória de Trump nas urnas no mês passado foi o catalisador do último aumento.

O presidente eleito prometeu transformar os EUA na “capital das criptomoedas do planeta” — uma reviravolta notável, já que em 2021 ele estava chamando o bitcoin de “fraude”.

Também é notável como o preço do bitcoin disparou. O valor de US$ 100 mil representa um aumento de 40% em relação ao dia da eleição nos EUA, e mais do que o dobro do seu preço no início do ano.

O Bitcoin e outras criptomoedas dispararam com vitória de Trump

Mas há muito mais sobre o bitcoin do que as mudanças vertiginosas em seu valor.

Desde seu enigmático inventor até a derrocada do chamado ‘rei das criptomoedas’, esta é uma história com muitas reviravoltas, marcada pela criação — e a perda — de grandes fortunas.

A seguir, a BBC lista os sete momentos mais marcantes — até agora — na conturbada história do bitcoin.

1. O misterioso criador do bitcoin

Apesar da sua enorme visibilidade, ninguém sabe ao certo quem inventou o bitcoin. A ideia foi publicada em fóruns da internet em 2008 por alguém que se autodenominava Satoshi Nakamoto.

Ele explicava como um sistema de dinheiro digital sem intermediários poderia funcionar para permitir que as pessoas enviassem moedas virtuais pela internet, com a mesma facilidade com que enviam um e-mail.

Satoshi criou um sistema de computador complexo que processaria transações e criaria novas moedas usando uma enorme rede global de voluntários que operavam softwares especiais e computadores potentes.

Mas ele — ou ela ou eles — nunca revelou sua identidade, e o mundo nunca descobriu quem era.

Dorian Nakamoto foi acusado erroneamente de ser o criador do bitcoin

Em 2014, o nipo-americano Dorian Nakamoto foi perseguido por repórteres que pensavam que ele era o misterioso criador do bitcoin, mas isso acabou se revelando uma pista falsa gerada por algumas informações mal traduzidas.

O cientista da computação australiano Craig Wright disse que era ele em 2016 — mas, após anos de batalhas legais, um juiz concluiu que ele não era Satoshi.

No início deste ano, um especialista canadense em bitcoin chamado Peter Todd negou veementemente ser Satoshi. E, neste mês, em Londres, o britânico Stephen Mollah, afirmou que ele era — mas ninguém acreditou.

2. Fazendo história com pizza

Atualmente, o bitcoin sustenta o setor de criptomoedas, avaliado em trilhões de dólares — mas a primeira transação registrada com ele foi a compra de uma pizza.

Em 22 de maio de 2010, Laszlo Hanyecz ofereceu US$ 41 em Bitcoin em um fórum de criptografia em troca de duas pizzas.

Um estudante de 19 anos topou, e o dia entrou para a história como o “Bitcoin Pizza Day” para os entusiastas da criptomoeda.

Além de ter sido uma fonte de memes para a comunidade de criptomoedas, também mostrou o poder do bitcoin, uma moeda digital que podia realmente comprar itens online.

Os criminosos também deviam estar acompanhando, uma vez que dentro de um ano foi lançado o primeiro mercado na dark web que vendia drogas e outros produtos ilegais em troca de bitcoin.

E não parece ter sido um bom negócio para Hanyecz. Se ele tivesse guardado aquelas criptomoedas, elas valeriam agora centenas de milhões de dólares!

3. Tornando-se moeda oficial

Em setembro de 2021, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, adotou o bitcoin como moeda oficial.

Cabeleireiros, supermercados e outras lojas tiveram que aceitar o bitcoin por lei, assim como sua principal moeda, o dólar americano.

Muitos entusiastas do bitcoin e jornalistas visitaram El Salvador, impulsionando brevemente o turismo no país.

Embora Bukele esperasse que a medida aumentasse o investimento em seu país e reduzisse os custos para os cidadãos que trocam dinheiro, a criptomoeda não se tornou tão popular quanto ele esperava.

Ele ainda espera que o bitcoin decole, mas, por enquanto, o dólar americano ainda reina no país.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, planeja construir uma cidade chamada Bitcoin City, enquanto incentiva seu país a usar a moeda digital

Além da enorme quantidade de dinheiro público que Bukele investiu na tentativa de fazer a população adotar o bitcoin, ele também, de forma controversa, comprou mais de 6 mil bitcoins ao longo dos últimos anos.

O presidente gastou pelo menos US$ 120 milhões comprando bitcoins a vários preços na esperança de obter lucro para o país que enfrenta dificuldades financeiras.

A situação começou a ficar boa para o lado dele em dezembro de 2023 quando, pela primeira vez, o valor da criptomoeda disparou.

Um site criado pelo engenheiro de software holandês Elias Zerrouq está monitorando o investimento em bitcoin do país — e atualmente estima que o valor das criptomoedas tenha aumentado 98%.

4. O ‘boom’ e a queda da criptomoeda no Cazaquistão

Em 2021, o Cazaquistão se tornou um ator importante na mineração de Bitcoin — processo de analisar os cálculos complexos que servem de base para as transações feitas com a criptomoeda.

Atualmente, são necessários armazéns cheios de computadores de última geração funcionando dia e noite, mas a recompensa são bitcoins novinhos em folha para as empresas que participam.

O jornalista Joe Tidy, da BBC, visitou uma das gigantescas minas de bitcoin do Cazaquistão durante o ‘boom’

Os armazéns de computadores requerem muita energia — e muitas empresas se mudaram para o Cazaquistão, onde a eletricidade era abundante graças às enormes reservas de carvão.

No início, o governo as recebeu de braços abertos, pois estavam trazendo investimentos.

Só que chegaram mineradores demais, e isso sobrecarregou a rede elétrica, colocando o país em risco de sofrer apagões.

Em um ano, o setor de mineração de Bitcoin do Cazaquistão passou de um ‘boom’ para um colapso, uma vez que o governo impôs restrições e aumentou as taxas para conter o crescimento.

Em todo o mundo, estima-se que a rede de bitcoins utiliza tanta eletricidade quanto um país pequeno, o que gera preocupações sobre seu impacto ambiental.

5. Bitcoins na lixeira

Imagine ter uma carteira de criptomoedas no valor de mais de US$ 100 milhões e, em seguida, jogar fora acidentalmente um HD (hard drive, disco rígido que guarda a memória de um computador) contendo as informações de login.

Foi isso que James Howells, do sul do País de Gales, disse que aconteceu com ele.

A própria natureza da criptografia significa que a recuperação das informações não é tão fácil quanto redefinir sua senha. Como não há bancos envolvidos, não existe uma linha de atendimento ao cliente.

Infelizmente para ele, o conselho local de Newport se recusou a permitir que ele tivesse acesso ao aterro sanitário onde, segundo ele, o dispositivo foi parar —mesmo depois de ele ter oferecido doar 25% da sua carteira de bitcoin para instituições de caridade locais, se eles autorizassem o acesso.

Ele disse à BBC: “Foi o momento em que a ficha caiu, deu um aperto no coração”.

6. A fraude do ‘rei das criptomoedas’

Ninguém perdeu tanto bitcoin quanto o ex-bilionário magnata das criptomoedas Sam Bankman-Fried. O fundador da empresa de negociação de criptomoedas FTX foi apelidado de “rei das criptomoedas” — e era amado pela comunidade.

A FTX era uma corretora de criptomoedas que permitia que as pessoas trocassem dinheiro normal por criptomoedas, como o bitcoin.

O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, conhecido como ‘rei das criptomoedas’, foi condenado a 25 anos de prisão por fraude

Seu império tinha valor estimado em US$ 32 bilhões, e ele estava alçando voos altos — até que tudo veio abaixo em poucos dias.

Jornalistas haviam descoberto que a empresa de Bankman-Fried estava com problemas financeiros — e ele estava transferindo ilegalmente fundos de clientes da FTX para sustentar sua outra empresa, a Alameda Research.

Pouco antes de ser preso em seu luxuoso complexo de apartamentos nas Bahamas, em dezembro de 2022, ele falou com a imprensa. E disse à BBC: “Não acho que cometi fraude. Não queria que nada disso acontecesse. Eu certamente não era tão competente quanto pensava ser”.

Depois de ser extraditado para os EUA, ele foi considerado culpado de fraude e lavagem de dinheiro — e condenado a 25 anos de prisão.

7. ‘Boom’ dos bancos de investimento

Apesar de toda a turbulência, o bitcoin continua atraindo a atenção de investidores e grandes empresas.

Inclusive, em janeiro de 2024, algumas das maiores empresas financeiras do mundo adicionaram o bitcoin às suas listas oficiais de ativos, como ETFs Spot de Bitcoin. Um fundo negociado na bolsa que segue o preço do bitcoin.

Os clientes têm investido bilhões nesses novos produtos financeiros. Empresas como Blackrock, Fidelity e GrayScale também têm comprado bitcoins aos milhares, elevando seu valor a níveis recordes.

É um grande marco para as criptomoedas, com alguns entusiastas acreditando que o bitcoin está finalmente sendo levado tão a sério quanto o misterioso Satoshi imaginava.

No entanto, poucos se oporiam a novos capítulos emocionantes à medida que a história do bitcoin continua a se desenrolar.

Rogério Ceron credita aumento do dólar a “ruídos internos” com pacote fiscal

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse, nesta terça-feira (3/12), que a valorização do dólar no mercado nacional é apenas resultado de “ruídos internos” e acredita que, com os agentes e investidores conhecendo mais os projetos enviados pelo governo na semana passada, o dólar deve voltar a ficar estável em um curto prazo.

“O cenário ou pelo menos a expectativa aumentou o risco de ter um cenário com inflação global maior, isso acaba gerando uma precificação de ativos, com uma elevação de risco e isso tem efeito sobre todos. Então, de fato, isso é natural, todas as moedas estão passando por um processo como esse”, disse o Ceron.

O dólar fechou o dia praticamente estável no fim da tarde e permaneceu no patamar de R$ 6,06. Apesar disso, o valor da moeda norte-americana segue alto se comparado à semana passada, quando, no dia 25 de novembro, ainda valia R$ 5,80. “As medidas que foram tomadas e que vão ser tomadas ao longo de todo o restante do governo vão dar consistências para que as coisas continuem bem no país”, acrescentou o secretário.

A fala de Ceron veio durante a coletiva de apresentação do balanço fiscal do Tesouro para o mês de outubro. Nesse período, o governo central registrou superavit de R$ 40,8 bilhões e foi o segundo melhor resultado do mês em toda a série histórica. O secretário explicou que o resultado é fruto do balanço de receitas e despesas extraordinárias, com um ingresso maior de depósitos judiciais, que registraram um saldo de R$ 6,4 bilhões em outubro.

“A grande mensagem é que esse pacote (fiscal) interessa a alguma parte do problema, não se encerra o nosso trabalho ali, assim como nós fizemos em 2024, nós vamos fazer ao longo de 2025 e 2026, adotar todas as medidas necessárias para entregar os resultados prometidos. Isso, do ponto de vista fiscal, é um grande avanço em relação ao que havia de incerteza sobre o assunto”, destacou Ceron.

Artigo: A urgência de bons projetos para enfrentar os desafios climáticos

Malu Nunes*

As mudanças climáticas já alteram a dinâmica de muitas cidades, trazendo grandes desafios a serem superados diante de tempestades, secas severas, ondas de calor e outros eventos extremos. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2024 tem tudo para ser considerado o novo ano mais quente da história. Enquanto o mundo acompanha as negociações da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada no Azerbaijão, as manchetes alertam para um futuro muito desafiador e cada vez mais complexo, especialmente para os países menos desenvolvidos, que estão mais vulneráveis às consequências de um clima extremo.

Como resposta para um quadro que vem se agravando, as nações em desenvolvimento clamam por mais financiamento para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. É justo que a busca por recursos financeiros, especialmente provenientes dos países mais ricos e que mais contribuíram para que chegássemos ao quadro atual, seja um dos temas prioritários nesses fóruns internacionais. Entretanto, tão importante quanto a busca pelo dinheiro é a clareza sobre o realmente precisa ser feito em cada país, em cada território.

Observamos que a adaptação eficaz para essa nova realidade carece de projetos robustos e estruturados, reunindo conhecimentos e experiências de diferentes áreas e setores da sociedade. Mas quais são as soluções mais acertadas? E, sobretudo, como não repetir erros do passado em locais já afetados por eventos extremos que tendem a se repetir e, talvez, com mais força?

O trabalho conjunto e integrado entre autoridades, especialistas, universidades, organizações da sociedade civil, investidores e empresários, cada um contribuindo com seu know-how, aponta para a elaboração e execução de projetos que atendam às demandas climáticas de cada região. Enquanto a luta para reduzir as emissões de gases de efeito estufa exige uma governança global, a adaptação às mudanças climáticas sempre deve ser local, pensada a partir das características de cada território.

Representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) alertaram, ao longo deste ano, para a dificuldade em elaborar planos para a reconstrução de locais impactados por eventos climáticos extremos. Não bastam apenas recursos para reduzir transtornos imediatos, é necessário que administradores, antes de tudo, estruturem e apresentem projetos qualificados e habilitados para financiamento.

É aí que o modelo de ação conjunta e compartilhada pode fazer toda a diferença. Nessa proposta de atuação coesa, é possível apontar iniciativas cujo modelo pode contribuir e servir de inspiração na proteção de regiões brasileiras sensíveis às instabilidades climáticas. Programas pioneiros, como o Acelerador de Soluções Baseadas na Natureza em Cidades, realizado pelo WRI Brasil em parceria com a Fundação Grupo Boticário, entre outros parceiros, precisam ser incentivados e ganhar mais escala.

A experiência mostrou que é necessário, e possível, criar ambientes para a colaboração, a capacitação e o desenvolvimento de ideias e soluções para desafios climáticos nas diferentes realidades do nosso país. É preciso investir em tempo de qualidade para que profissionais que atuam em diferentes áreas do poder público possam se desenvolver com mentorias e orientações técnicas e possam cocriar, aperfeiçoar e buscar soluções inovadoras, aplicáveis e com potencial de escala para contribuir no enfrentamento de desafios ambientais contemporâneos.

Outra lição aprendida é a certeza de que, para qualquer projeto idealizado para conter os efeitos das mudanças climáticas, devemos apostar nos benefícios das soluções baseadas na natureza. É preciso, por exemplo, aumentar a capacidade de infiltração da água no solo, conciliar a infraestrutura convencional — cinza — com soluções verdes, como parques alagáveis, lineares e jardins de chuva. Sem esquecer de iniciativas individuais, como a captação da água da chuva em empreendimentos industriais, comerciais e residenciais, além dos telhados e paredes verdes.

Diante da dificuldade em estruturar projetos relacionados às emergências ambientais nos municípios, o Plano Clima, em desenvolvimento pelo governo federal, precisa estar conectado com a percepção local, em diferentes setores da sociedade, para chegar a uma política climática brasileira consistente e exequível para ser efetivamente praticada nos próximos anos.

Esse movimento também deve ter participação da iniciativa privada. O conceito de ESG — compromisso público de corporações considerando maneiras de reduzir o impacto ambiental que suas ações provocam e aumentar os benefícios sociais e melhorar a gestão de seus processos, com foco na transparência — ganha espaço na proposta de coparticipação de empresas na idealização de projetos de adaptação. Para isso, as organizações podem identificar vulnerabilidades na realidade em que estão inseridas e elaborar planos de adaptação e operação com potencial de transformar seu entorno, desde que a empresa assuma papel de articulador de recursos e na governança das ações.

A cooperação de diversos segmentos da sociedade, com ações coordenadas e integradas que vão além do esforço das autoridades locais, torna-se uma exigência para enfrentar a nova realidade que vivemos. Também requer visão sistêmica, entendimento sobre as causas e consequências dos eventos climáticos extremos, compartilhamento e associação de experiências e conhecimentos multissetoriais para a criação e implementação de alternativas inovadoras e duradouras. Infelizmente, temos pouco tempo para ajustar a nossa rota…

Membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza e diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza*

Presente de aniversário para Niterói: rebatizada de Solar Notre Rêve, Casa Norival de Freitas é aberta ao público após reforma

Em comemoração ao aniversário de 451 anos, Niterói ganha um presente de cultural nesta sexta-feira (22). Após passar por restauração que teve investimento de R$ 29,1 milhões da Prefeitura de Niterói, a Casa Norival de Freitas, no Centro, será aberta ao público como o centro cultural Solar Notre Rêve, além de abrigar a sede do programa Aprendiz Musical, que visa a inclusão social através do ensino da música.

— Vimos esse espaço destruído. A casa estava abandonada. Esse é um trabalho feito com muito esmero. Tivemos um empenho todo especial. Vai ser um belo presente para a cidade — diz o prefeito Axel Grael.

A Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa) trabalhou no restauro do imóvel de estilo eclético romântico, construído em 1923. A restauração incluiu trabalhos de arqueologia e pesquisas iconográficas e arquitetônicas, de acordo com as orientações e as normas do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e do Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural (DePAC). Foram feitos trabalhos de recuperação de elementos originais do casarão como assoalhos, forros e ornamentações.

Um prédio anexo, atrás do casarão, foi equipado com auditório, camarim, sede administrativa, estúdio, área de convivência, terraço com espaço para contemplação e salas de exposição.

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Pacote de corte de gastos não vai atingir Saúde e Educação, afirma ministro Rio Costa

O pacote de corte de gastos preparado pelo governo federal não deve atingir despesas com Educação e Saúde. A afirmação é do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Nesta quarta-feira, ele e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram mais uma vez para “ajustar os detalhes do texto”.

— No investimento de saúde e educação não será mexido, porque isso ele (Lula) considera essencial. Não vamos mexer no volume de investimento em educação — disse Costa, nesta quinta-feira, em entrevista à GloboNews.

Ele ainda sinalizou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá fazer o anúncio da medida nos próximos dias. Lula se reúne na tarde de hoje com Haddad para tratar sobre o assunto.

— Teremos até amanhã uma nova reunião da junta orçamentária, que deve trazer um novo ajuste para as contas — completou o ministro da Casa Civil.

Debate

O governo debatia a inclusão de mudanças nos cálculos do piso de Saúde e Educação. O modelo levado ao presidente previa a desvinculação dos pisos à receita.

Pela proposta, eles passariam a ser atrelados aos limites de gastos do arcabouço fiscal, pelo qual as despesas não podem crescer mais de 2,5% acima da inflação.

Desde outubro, Lula tratou sobre o tema em diversas reuniões com os ministros da Educação, Camilo Santana, e da Saúde, Nísia Trindade, além da equipe econômica do governo.

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G20 Social vai entregar propostas aos líderes; veja o que diz cada uma delas

Iniciativa inédita da presidência brasileira, o G20 Social tem o objetivo de ampliar a participação da sociedade nas discussões do grupo das maiores economias do mundo. Um dos passos nesse sentido será a contribuição de movimentos sociais, cidadãos em geral e dos grupos de engajamento (GEs) do G20 para um documento com recomendações aos líderes. A carta será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo fim de semana.

Em paralelo, os 13 grupos de engajamento, que reúnem desde empresários até cientistas e jovens de países do G20, também elaboraram seus documentos com recomendações, os chamados communiqués, e puderam compartilhá-los com representantes das trilhas de sherpas e de finanças do G20, que cuidam dos assuntos políticos, sociais, ambientais e financeiros.

Estes grupos também participaram de grupos de trabalho (GTs) das trilhas política e financeira, aumentando as chances reais de contribuir e influenciar as decisões. Até ano passado, os GEs debatiam os temas da agenda do G20 mas não tinham acesso direto às lideranças.

Os communiqués também serão entregues aos líderes do G20, na Cúpula de Chefes de Estado do G20, no Rio, na semana que vem. Eles trarão recomendações para temas prioritários da presidência brasileira do G20: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; sustentabilidade, mudança climática e transição justa; e reforma da governança global. Conheça, a seguir, as principais propostas de cada um:

Civil 20 (C20), o grupo da sociedade civil

Defensor dos direitos humanos, do meio ambiente e do desenvolvimento socioeconômico, o C20 – grupo das sociedades civis do G20 – foi representado, este ano, por mais de 1.700 organizações, movimentos sociais e redes de 91 países.

Ele é presidido pelo diretor executivo da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Henrique Frota, e tem como articuladora política (sherpa) a cofundadora da ONG Gestos, Alessandra Nilo.

Segundo Frota, as propostas do C20 têm um enfoque interseccional “na busca por um real compromisso de não deixar ninguém para trás”.

Algumas dessas recomendações são: promover políticas públicas de acesso a trabalho digno, água, terra, habitação, segurança alimentar e a sistemas universais de educação, saúde (inclusive mental) e proteção social; implementar urgentemente medidas de adaptação e mitigação para cumprir o Acordo de Paris; e adotar políticas fiscais progressivas e justas, com taxação dos super-ricos.

Entre outras medidas, o C20 defende também a garantia de direitos sexuais e reprodutivos a todos, bem como o acesso à educação sexual e a cuidados e tratamentos gratuitos.

Frota diz que a expectativa é grande em relação ao lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza durante a Cúpula de Líderes. Por outro lado, a questão climática preocupa.

– Em relação às mudanças climáticas, o sentimento é de frustração diante da incapacidade dos países em chegarem a compromissos mais audaciosos e concretos que estejam à altura da crise.

Frota destaca ainda que, pela primeira vez, além ter sido possível entregar o documento final do grupo às trilhas política e financeira do G20, o C20 conseguiu atuar junto a vários grupos de trabalho (GTs) do G20.

– Foram momentos importantes, que nunca haviam ocorrido em edições anteriores. Essa possibilidade de participação mais intensa pode ser entendida como uma melhoria nos processos do G20 – avalia.

Think tanks 20 (T20), o grupo de institutos de pesquisa

Grupo representado por think tanks de países-membros do G20, o T20 sugeriu políticas públicas em áreas como transição energética, transformação digital e combate à fome e à pobreza. Suas recomendações são resultado do trabalho de seis forças-tarefas temáticas, que analisaram e aprovaram as propostas de 121 think tanks.

Tudo isso sob a coordenação de um comitê organizador composto por três instituições: Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

– Foi um trabalho complexo, que exigiu muita articulação, coordenação e espírito de colaboração entre os participantes – avalia Luciana Muniz, diretora do T20 no Cebri.

Do conjunto de recomendações, o comitê organizador destacou dez prioritárias, e as três primeiras desta lista são: garantir apoio à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que será lançada ao final da presidência brasileira do G20; apoiar a criação de um imposto mínimo global sobre os indivíduos de alta renda e corporações altamente poluentes, além de combater a evasão fiscal; e otimizar o acesso de países de baixa renda aos Fundos Climáticos Multilaterais.

– Um dos principais pontos de consenso foi a necessidade de agir sobre a mudança climática. Alavancar recursos para o financiamento climático, assim como melhorar o ambiente de negócios, estruturar boas práticas de governança, ter contextos regulatórios claros e reduzir riscos para aumentar o volume de investimentos foram algumas recomendações do T20 – explica Luciana.

Youth 20 (Y20), o grupo da juventude

Um dos mais antigos grupos do G20, o Youth20 (Y20), das juventudes dos países-membros, sugeriu propostas como a criação de um fundo para a juventude; a taxação de grandes fortunas para combater desigualdades e a evasão de divisas; a ética e a regulamentação da Inteligência Artificial; e o cessar-fogo imediato em Gaza.

O grupo contou com 29 delegações, cada uma com cinco lideranças jovens, que, além dos temas comuns a todos os grupos, propostos pela presidência brasileira, debateram também sobre: inclusão e diversidade; e inovação e futuro do trabalho.

– Desde sua criação, em 2010, o Y20 tem apresentado propostas, reivindicações e reflexões avançadas. Apesar das diferentes culturas, percebe-se, entre os jovens, maior disposição, com maior senso de urgência, ousadia e predisposição a mudanças – afirma o presidente do Y20, Marcus Barão, referência internacional em políticas públicas de juventude.

Além de promover, pela primeira vez, um processo seletivo público, por meio de edital público, para selecionar cinco jovens isentos e interessados em contribuir para os debates, o Y20 realizou outro feito também inédito: realizou mais de 30 diálogos regionais – sendo dois deles no exterior – para incluir em seus debates jovens indígenas, imigrantes, do campo, das cidades, das favelas, das universidades e das escolas.

O impacto da iniciativa foi tão grande que, com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), os diálogos regionais serão compilados e publicados sob a forma de livro.

Women 20 (W20), o grupo das mulheres

Com o intuito de influenciar as lideranças do G20, o grupo das mulheres organizou recomendações em cinco áreas: mulheres empreendedoras e o acesso a financiamentos, capital e mercados; economia do cuidado e combate às disparidades de gênero nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática.

Também elaboraram propostas para gestão de crises climáticas sensíveis ao gênero, pois 80% das vítimas de desastres climáticos são mulheres e meninas, e para o fim da violência contra elas, já que uma em cada três sofre abuso físico ou sexual, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo Ana Fontes, presidente do W20, os temas violência contra as mulheres e economia do cuidado foram os que tiveram maior consenso e importância. Sobre violência, ela afirma:

– Este é um tema complexo, com muitas nuances, pois cada país enfrenta desafios específicos. Após extensos debates, conseguimos chegar a um consenso sobre a necessidade de todos os países medirem os custos associados à violência contra as mulheres. Realizar uma avaliação de quanto isso representa para a sociedade é essencial para fundamentar políticas e ações eficazes.

Já a valorização da economia do cuidado, que trata sobre o cuidado com familiares, foi o segundo ponto de consenso.

– Esse setor, majoritariamente ocupado por mulheres, precisa ser reconhecido como essencial. Estimativas indicam que, se esse trabalho fosse remunerado, poderia adicionar 9% ao PIB dos países do G20, o que representaria aproximadamente 11 trilhões de dólares – esclarece.

E completa:

– Nossas recomendações incluem reconhecer formalmente a economia do cuidado como trabalho essencial, valorizar financeiramente esse trabalho e promover a educação para que o trabalho do cuidado seja compartilhado, incentivando a participação de toda a sociedade.

O W20 promoveu uma série de diálogos regionais, totalizando oito encontros em diferentes regiões do Brasil. Para Ana Fontes, essa iniciativa foi fundamental para aproximar a sociedade civil do debate do W20 e representa uma inovação importante.

Outra ação de destaque foi a criação da plataforma iSaw, que reúne todo o legado de documentações, debates e contribuições das delegações.

– Essa plataforma será um ponto de referência para as próximas presidências, começando pela África do Sul. Esse é um legado valioso para assegurar a continuidade do trabalho.

Oceans 20 (O20), o grupo dos oceanos

Coordenado por entidades internacionais e nacionais relacionadas a biodiversidade e pesquisa, o O20 estreou este ano no G20, com o propósito de garantir um oceano saudável, resiliente e que contribua com a segurança alimentar, energética e o comércio mundial. Entre suas recomendações macro, estão: garantir um oceano limpo, saudável e produtivo; expandir sistemas sustentáveis de alimentos aquáticos; aumentar a geração de energia eólica offshore; aprimorar a governança marítima para a navegação sustentável; e incentivar o financiamento oceânico.

– Destacamos a ratificação do acordo sobre conservação e uso sustentável da biodiversidade marinha em áreas além da jurisdição nacional 30×30 (30% de áreas marinhas protegidas até 2030), a inclusão dos oceanos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a realização do planejamento espacial marinho com base ecossistêmica que incorpore o aspecto social em sua implementação – diz a coordenadora do O20, Simone Pennafirme.

O comunicado final do O20 será apresentado ao público na Cúpula do O20, que será realizada junto à Cúpula Social, em 16 de novembro, na Praça Mauá, no Rio de Janeiro. Sua elaboração contou com a cooperação internacional pública, privada, acadêmica e cidadã, reunindo mais de 6 mil pessoas de 34 nacionalidades.

– Fizemos um grande chamamento público para diálogos globais sobre o oceano. Esse processo nos permitiu inovar como uma plataforma multistakeholder na qual o diálogo entre os setores público, privado, sociedade civil e academia é priorizado em prol de um oceano limpo, saudável e resiliente e para uma transição rumo a uma economia oceânica justa, equitativa e sustentável – explica Simone.

Segundo a coordenadora, algumas recomendações do grupo já foram incorporadas às declarações finais dos ministros de meio ambiente, resultado do Grupo de Trabalho (GT) de Sustentabilidade Ambiental e Climática.

Labour 20 (L20), o grupo do trabalho

Grupo que defende os interesses dos trabalhadores, o L20 é formado por representantes dos sindicatos dos países-membros do G20 e das Federações Sindicais Internacionais. Este ano, o L20 foi liderado pelo secretário de Relações Internacionais da Central Única de Trabalhadores (CUT) e vice-presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), Antônio Lisboa.

Entre as diversas propostas do L20, Lisboa destacou, em primeiro lugar, a geração de empregos.

– Para absorver as novas gerações de trabalhadores, reivindicamos 575 milhões de novos empregos nos países do G20 até 2030, e isso obviamente impactaria positivamente outros países também, por meio das cadeias de produção.

A segunda prioridade, segundo ele, é a formalização de um bilhão de empregos informais até 2030.

– Neste ponto, a gente leva em conta o trabalho informal tradicional e os trabalhadores de plataformas digitais – explica.

Na sequência, Lisboa destaca o direito à negociação coletiva e à liberdade sindical.

– Por exemplo, uma das questões muito importantes para nós é a igualdade salarial entre homens e mulheres. Se tivermos plena liberdade sindical e negociação coletiva, fica mais fácil alcançar essa igualdade, porque a negociação coletiva dá respostas mais rápidas do que as leis.

Sobre transição justa, o líder do L20 enfatiza a necessidade de se considerar o aspecto humano na mudança do modelo de produção.

– Essa transição tem que ser feita de forma que as pessoas se beneficiem dela. Por exemplo, o que se vê, no Brasil e em vários países do mundo, são profissionais saindo da cadeia de produção de petróleo e indo para a produção de energia eólica. Só que, nesta transição, eles estão perdendo direitos trabalhistas, perdendo o direito à carteira assinada, ao 13º salário e a férias remuneradas. Nós defendemos a transição justa dos modelos não só de transição energética, mas também digital, com ênfase na garantia de direitos trabalhistas, na seguridade social – frisa Lisboa.

O líder do L20 destacou ainda, entre as propostas do grupo, a necessidade de investir em educação profissional que prepare jovens para o mercado de trabalho e o apoio à taxação dos bilionários em 2%.

Urban20 (U20) o grupo de cidades do G20

Grupo das cidades do G20, o Urban 20 busca soluções para um futuro urbano sustentável. O grupo é composto atualmente por 38 cidades participantes, dez observadoras e mais de 50 instituições parceiras. Este ano, o U20 foi copresidido pelos prefeitos de Rio de Janeiro e São Paulo, Eduardo Paes e Ricardo Nunes, respectivamente.

– Copresidir o U20 nos coloca em uma posição estratégica para liderar uma agenda de soluções concretas para os desafios das grandes cidades. Focamos em trazer para o encontro ações centradas na sustentabilidade, no enfrentamento climático e na ampliação do acesso das cidades a financiamento. Só assim elas podem tirar projetos essenciais do papel, transformando compromissos globais em prioridades locais – afirma o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

O assessor internacional de Assuntos Multilaterais da Secretaria Municipal de Relações Internacionais de São Paulo e sous-sherpa do U20, Lucas Roberto Paredes Santos, também destacou a questão do financiamento como prioritária:

– O financiamento está interligado a todas as outras demandas e prioridades, como transição energética, combate à fome e às desigualdades, e o desenvolvimento de cidades mais resilientes a chuvas e enchentes, entre outras. O U20 defende muito um mecanismo que libere recursos diretamente para os governos locais. Há inúmeros fundos para financiamento climático, mas ainda existem grandes barreiras ao acesso direto das cidades a esses fundos – frisa Santos.

Além disso, o U20 estabeleceu como prioridade o combate à fome e à desigualdade, independentemente de se tratar de cidade ou país desenvolvido, ou em desenvolvimento e recomendou ao G20 a inserção das cidades – como instância de governo mais próxima das comunidades – em processos internacionais de tomada de decisão.

– As principais necessidades e urgências acontecem nas cidades. Elas ficam sabendo primeiro. Então, todas essas iniciativas multilaterais precisam dar voz e dar espaço para as cidades participarem dos processos de tomada de decisão, dos levantamentos, dos estudos e do desenvolvimento de soluções – defende Santos.

O communiqué do Urban20 está em fase de aprovação pelos seus integrantes e será divulgado durante a 2ª Cúpula de Prefeitos do U20, de 14 a 17 de novembro, no Armazém da Utopia, no Complexo Mauá, região portuária do Rio de Janeiro. São esperados no evento mais de 50 prefeitos e delegações de mais de 100 cidades. A 1ª Cúpula de Prefeitos ocorreu em São Paulo, em junho, e serviu de base para a construção do comunicado.

Business 20 (B20), o grupo de negócios

Com 1.200 representantes de 42 países e 21 setores econômicos, o B20 dividiu seus participantes em oito grupos temáticos liderados por líderes globais nos negócios. Os grupos debateram comércio e investimento; emprego e educação; finanças e infraestrutura; integridade e compliance; transição energética e clima; transformação digital; sistemas alimentares sustentáveis e agricultura; e mulheres, diversidade e inclusão em negócios. Cada um formulou três recomendações, com seus próprios indicadores de desempenho, totalizando 24.

– Trabalhamos com assuntos sinérgicos, uns falando com os outros, para que houvesse congruência, porque quando você fala de digitalização, inteligência artificial, você também está falando de descarbonização, já que os maiores usuários de energia tendem a ser estes processos – diz Dan Ioschpe, presidente do B20.

Segundo o B20, para se ter, por exemplo, comércio e investimentos sustentáveis e resilientes é preciso investir em medidas prioritárias como promover metodologias internacionalmente aceitas para cálculo e prestação de contas sobre a pegada de carbono e revisar políticas comerciais unilaterais restritivas do G20. A motivação para agir é o fato de que US$ 2,3 trilhões – o equivalente a 11,8% das importações do G20 – estão sujeitos a medidas restritivas.

Quanto às finanças e infraestrutura, o B20 recomenda acelerar a implantação de capital privado para facilitar a transição para uma economia sustentável de baixo carbono.

– Para que a gente consiga dar conta dessa transição verde e atingir metas climáticas, é preciso investir de US$ 5 trilhões a US$ 8,5 trilhões por ano até 2030. É óbvio que se não tivermos a junção de capital público e privado, isso será impossível. E para isso, é preciso fazer alguns ajustes na regulação – frisa a gerente de Comércio e Integração Internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sherpa do B20, Constanza Negri.

Segundo o B20, as alterações climáticas poderão causar 14,5 milhões de mortes adicionais e perdas econômicas de US$ 12,5 trilhões até 2050.

Quanto à transformação digital, o grupo apoia a conectividade universal de indivíduos e empresas, além de defender uma abordagem responsável e pró-inovação para novas tecnologias, como a inteligência artificial.

Já no que se refere ao capital humano, o B20 sugere, por exemplo, preparar uma força de trabalho resiliente e produtiva, com melhoria da educação básica e requalificação em proficiência digital e sustentabilidade. Este ponto, inclusive, integra uma declaração conjunta feita por B20, representando o empresariado, e L20, representando os trabalhadores.

Para impulsionar as mudanças, promover a colaboração entre os setores público e privado e garantir a continuidade do impacto, o grupo criou uma estratégia de legado robusta, com três pilares: do B20 para o B20 (África do Sul); do B20 para a sociedade; e do B20 para o Brasil.

Science20 (S20), o grupo de ciências

Grupo da área de ciência e tecnologia, formado pelas academias nacionais de ciências dos países-membros do G20, o S20 é liderado pela presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, que conduziu os debates acerca de cinco eixos temáticos: inteligência artificial (IA), bioeconomia, processo de transição energética, desafios da saúde e justiça social.

No documento final do S20, destacam-se, no campo da inteligência artificial, medidas como: formulação de políticas que garantam a segurança no emprego e os direitos dos trabalhadores; criação em conjunto e compartilhamento de dados científicos valiosos, respeitando a governança de dados; e estabelecimento de estruturas governamentais para supervisionar tecnologias de IA.

– É fundamental que os países tenham um olhar social para a inteligência artificial. Senão, ao invés de diminuir, as disparidades vão aumentar muito – alerta Helena.

Entre os desafios na área de saúde, destacam-se o acesso global a vacinas, medicamentos e ferramentas de diagnóstico para todos e também a promoção da produção local e regional através do desenvolvimento de capacidades em pesquisa, inovação, compartilhamento de conhecimentos e transferência de tecnologia.

No campo da justiça social, a comunidade científica apoia o acesso universal à internet e à alfabetização digital, além do combate à desinformação relacionada à ciência nas mídias digitais.

Assim como os demais grupos, o S20 aprovou um comunicado final A Arábia Saudita foi o único país que não ratificou o documento, devido a um item sobre transição energética.

StartUp20, o grupo das startups

Fundado em 2023, sob a presidência da Índia, o StartUp20 visa fomentar a inovação e o crescimento econômico sustentável de startups e pequenas e médias empresas (PMEs) de tecnologia.

Nestee ano, sob a liderança da presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), Ingrid Barth, o grupo se organizou em três forças-tarefas – Investimentos; Regulação e Políticas Públicas; e práticas ASG – e apresentou 13 recomendações.

Entre propostas estão harmonizar as regulamentações e simplificar os processos de registro de startups e de proteção da propriedade intelectual nos países do G20; promover diretrizes éticas e garantir a inovação responsável nos sistemas de Inteligência Artificial (IA) e Blockchain; e padronizar os contratos de investimento, além de estabelecer um arcabouço jurídico unificado para o papel do investidor, garantindo maior segurança jurídica.

Sobre inclusão, destaca-se a proposta de desenvolver programas educacionais e de capacitação abrangentes para empoderar indivíduos e organizações em áreas-chave como inteligência artificial, inovação tecnológica e finanças digitais.

No que tange o combate à fome, o grupo sugere que startups sejam apoiadas na liderança de iniciativas de empreendedorismo social que promovam a inclusão financeira, o empoderamento, a empregabilidade e que desenvolvam tecnologias agrícolas sustentáveis para abordar a segurança alimentar.

Quanto às questões climáticas, o grupo recomenda incentivar startups a liderar iniciativas em energias renováveis e soluções baseadas na natureza (NbS) que contribuam para a resiliência climática, a descarbonização, a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento urbano sustentável.

Parliament 20 (P20), o grupo de parlamentos

Grupo dos presidentes dos parlamentos do G20, o P20 visa aproximar congressistas para fortalecer a cooperação global, garantindo a efetividade de acordos internacionais firmados no âmbito do G20.

Neste ano, o P20 se destacou por incorporar em seus debates uma forte dimensão de inclusão social e de igualdade de gênero. Em julho, foi realizada, de forma inédita, a 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20 em Maceió, que resultou na “Carta de Alagoas”, com oito recomendações sobre justiça climática, aumento da representação feminina e combate às desigualdades de gênero e raça.

Uma dessas recomendações é que a Reunião de Mulheres Parlamentares passe a fazer parte da agenda do P20 a partir de 2025.

Os debates se concentraram na perspectiva parlamentar dos temas prioritários: combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento socioambiental e transição ecológica justa e inclusiva; e governança global adaptada aos desafios do século 21.

Supreme Audit Institutions 20 (SAI20), o grupo das instituições superiores de controle

Criado para garantir a unidade e a integridade das Instituições Superiores de Controle (ISCs) no âmbito das plataformas e iniciativas da Organização Internacional de Instituições Superiores de Controle (Intosai), o SAI20 visa fortalecer a cooperação entre estas instituições e promover a transparência e a eficácia na governança global. Este ano, o grupo foi liderado pelo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, que assumiu também a presidência da Intosai.

– Propomos sistemas comuns para medir a pobreza e monitorar o financiamento climático. Essas são ações fundamentais para garantir que os recursos sejam alocados de forma justa e eficaz, especialmente para enfrentar as mudanças climáticas e suas consequências para os mais vulneráveis – explica Dantas.

Dentre as iniciativas do SAI20, o grande destaque é a ferramenta ClimateScanner, desenvolvida pela Intosai ao longo de 2023 e apoiada por diversas organizações internacionais e também pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os resultados da iniciativa serão apresentados neste mês, durante a COP29, no Azerbaijão.

Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), auditores em mais 140 Instituições Superiores de Controle já foram treinados no uso da ferramenta.

– O ClimateScanner oferece uma visão global sobre o financiamento climático, ajudando os países do G20 a monitorar de forma eficaz o uso dos fundos para combate às mudanças climáticas. Como presidente do SAI20, acredito que iniciativas como esta fortalecem o nosso papel em promover políticas públicas que realmente façam a diferença para o planeta e para as futuras gerações – frisa Dantas.

Justice 20 (J20), o grupo das cortes supremas e constitucionais

Criado sob a presidência brasileira do G20, o J20 reúne presidentes das cortes supremas e constitucionais do G20, com o objetivo de promover trocas de ideias e iniciativas sobre temas jurídicos relevantes. O J20 é liderado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministro Luís Roberto Barroso.

Mediados pelo Ministro Barroso, os debates do grupo ocorreram no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), em maio, e basearam-se em três temas centrais: inclusão social e promoção da cidadania; o uso de tecnologia pelo poder judiciário; e mudança climática.

Segundo o ministro, acerca de inclusão social e promoção da cidadania, a constatação é de que os processos autoritários e extremistas se fortalecem pelos desvãos da democracia, pelas promessas não cumpridas de prosperidade e igualdade para todos.

– O enfrentamento à pobreza e à desigualdade continua a ser o grande desafio dos regimes democráticos, inclusive em países desenvolvidos – afirma.

Sobre o uso de tecnologia pelo poder judiciário, Barroso esclarece que as novas tecnologias, que incluem a Internet e a Inteligência Artificial, podem prestar e vêm prestando valiosa contribuição aos países em geral, inclusive no âmbito da prestação de Justiça. Mas faz um alerta:

– Impõe-se, todavia, regulação proporcional, que preserve a liberdade de expressão, valor essencial para as democracias e, quanto à Inteligência Artificial, será sempre imprescindível a supervisão humana.

Já sobre mudança climática, o J20 considera o cenário preocupante.

– O ano de 2023 foi o mais quente da história e 2024 caminha para superá-lo. Os países não estão cumprindo satisfatoriamente as obrigações de redução de emissões assumidas com o Acordo de Paris e, em alguns casos, houve, inclusive, expressivo aumento das emissões. A questão climática deixou de ser apenas uma preocupação com as novas gerações, para envolver uma questão de preservação dos direitos fundamentais à vida, à integridade física, à liberdade de ir e vir e à propriedade das gerações atuais. Nessa matéria, estamos atrasados e com pressa – ressalta o ministro Barroso.

COP29: diretor de cúpula de meio ambiente é flagrado negociando investimentos em petróleo e gás

Um alto funcionário da conferência sobre mudanças climáticas COP29 no Azerbaijão parece ter usado seu cargo para organizar uma reunião para discutir potenciais acordos de combustíveis fósseis.

Uma gravação de câmera escondida mostra o diretor executivo da COP29 do Azerbaijão, Elnur Soltanov, discutindo “oportunidades de investimento” na empresa estatal de petróleo e gás com um homem que se passa por um potencial investidor.

“Temos muitos campos de gás que devem ser explorados”, ele diz.

Uma ex-chefe do órgão da ONU responsável pelas negociações climáticas disse à BBC que as ações de Soltanov eram “completamente inaceitáveis” e uma “traição” ao processo da COP.

‘Novos campos de exploração de gás natural’

Além de ser o diretor executivo da COP29, Soltanov também é vice-ministro de energia do Azerbaijão e está no board da estatal de petróleo do país, a Socar.

A BBC News entrou em contato com a equipe da COP29 do Azerbaijão, mas não recebeu resposta.

O petróleo e o gás respondem por cerca de metade da economia total do Azerbaijão e mais de 90% de suas exportações, de acordo com números dos EUA.

A COP29 será aberta em Baku na segunda-feira (11/11) e é a 29ª cúpula climática anual da ONU, onde os governos discutem como limitar e se preparar para as mudanças climáticas e como aumentar a ambição global para enfrentar o problema.

No entanto, este é o segundo ano consecutivo que a BBC revela indícios de irregularidades pelo governo anfitrião.

A BBC recebeu documentos e gravações secretas de vídeo feitas pela organização de direitos humanos Global Witness.

Sabe-se que um de seus representantes abordou a equipe da COP29 se passando por chefe de uma empresa de investimentos fictícia de Hong Kong especializada em energia.

Ele disse que esta empresa estava interessada em patrocinar a cúpula da COP29, mas queria discutir oportunidades de investimento na empresa estatal de energia do Azerbaijão, Socar, em troca. Uma reunião online com Soltanov foi organizada.

Durante a reunião, Soltanov disse que o objetivo da conferência era “resolver a crise climática” e “fazer a transição dos hidrocarbonetos de forma justa, ordenada e equitativa”.

Qualquer um, ele disse, incluindo empresas de petróleo e gás, “poderia vir com soluções” porque as “portas estão abertas” do Azerbaijão.

No entanto, ele disse que estava aberto a discussões sobre acordos também – incluindo petróleo e gás.

Inicialmente, Soltanov sugeriu que o potencial patrocinador poderia estar interessado em investir em alguns dos “projetos de transição verde” em que a Socar estava envolvida – mas depois falou sobre oportunidades relacionadas aos planos do Azerbaijão de aumentar a produção de gás, incluindo nova infraestrutura de gasodutos.

“Há muitas joint ventures que poderiam ser estabelecidas”, diz Soltanov na gravação. “A Socar está negociando petróleo e gás em todo o mundo, incluindo na Ásia.”

Soltanov então descreveu o gás natural como um “combustível de transição”.

“Teremos uma certa quantidade de petróleo e gás natural sendo produzidos, talvez para sempre”, disse ele.

O órgão de ciência climática da ONU, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), reconhece que haverá um papel para algum petróleo e gás natural até 2050 e além.

No entanto, ficou muito claro que “desenvolver novos campos de petróleo e gás natural é incompatível com limitar o aquecimento a 1,5 °C”.

Também vai contra o acordo que o mundo fez na última cúpula climática global para a transição dos combustíveis fósseis.

Este é a 29ª edição do evento

Soltanov pareceu ansioso para ajudar a dar início às discussões, dizendo ao potencial patrocinador que “ficaria feliz em criar um contato entre sua equipe e a equipe deles [Socar] para que possam iniciar as discussões.”

Algumas semanas depois, a falsa empresa de investimentos de Hong Kong recebeu um e-mail – a Socar queria acompanhar a situação.

Tentar fazer negócios como parte do processo da COP parece ser uma violação grave dos padrões de conduta esperados de um funcionário da cúpula.

Esses eventos devem ser sobre reduzir o uso mundial de combustíveis fósseis – o principal impulsionador das mudanças climáticas – não vender mais.

Os padrões são definidos pelo órgão da ONU responsável pelas negociações climáticas, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).

A ONU disse que não poderia comentar diretamente sobre nossas descobertas, mas observou que “os mesmos padrões rigorosos” são aplicados a quem quer que seja o anfitrião da conferência, e que esses padrões refletem “a importância da imparcialidade por parte de todos os oficiais presidentes”.

Seu código de conduta para oficiais da COP afirma que eles “devem agir sem parcialidade, preconceito, favoritismo, capricho, interesse próprio, preferência ou deferência, estritamente com base em julgamento sólido, independente e justo.”

“Eles também devem garantir que opiniões e convicções pessoais não comprometam ou pareçam comprometer seu papel e funções como oficiais da UNFCCC.”

Christiana Figueres, que presidiu os acordos de Paris, diz que atos do CEO são uma ‘traição inaceitável’

Christiana Figueres, que supervisionou a assinatura do acordo de Paris de 2015 para limitar o aumento da temperatura global a bem abaixo de 2 °C, disse à BBC que ficou chocada que alguém no processo da COP usaria sua posição para fechar acordos de petróleo e gás.

Ela disse que tal comportamento era “contrário e flagrante” ao propósito da COP e “uma traição” ao processo.

A BBC também viu e-mails entre a equipe da COP29 e os investidores falsos.

Em uma troca de mensagens, a equipe discute um acordo de patrocínio de US$ 600 milhões com uma empresa falsa em troca da introdução e envolvimento da Socar em um evento sobre “investimento sustentável em petróleo e gás” durante a COP29.

Autoridades ofereceram cinco passes com acesso total à cúpula e redigiram um contrato que inicialmente exigia que a empresa assumisse alguns compromissos com a sustentabilidade. Então, ela recuou – aí um dos requisitos de sustentabilidade foi descartado e outro foi modificado.

A BBC pediu comentários à equipe da COP29 do Azerbaijão e à Socar. Nenhum deles respondeu às solicitações.

As descobertas vêm um ano após a BBC obter documentos vazados que revelaram planos dos Emirados Árabes Unidos de usar seu papel como anfitrião da COP28 para fechar acordos de petróleo e gás.

A COP28 foi a primeira vez que se chegou a um acordo sobre a necessidade de transição energética para longe uma produção limpa, sem combustíveis fósseis.

Cine Joia receberá investimento milionário da 30e para infraestrutura

A produtora 30e, um dos grandes agentes do entretenimento na atualidade, anunciou nesta semana que realizará um investimento milionário no Cine Joia, uma das principais casas de show de São Paulo. A empresa é responsável por grandes turnês no país, como as do Titãs Encontro, Natiruts e NX Zero. Um dos braços do grupo cuidará das parcerias com venues e, por isso, ganhou o nome de 30v.

O Cine Joia, localizado no tradicional bairro da Liberdade, zona central de São Paulo, passa a ter um acordo pelos próximos cinco anos com a 30v, que será responsável por investir R$ 2 milhões na infraestrutura do local, melhorando, assim, a experiência do público e dos artistas. Em contrapartida, o grupo terá 10 datas para realizar os seus shows ao longo do ano.

“A ideia da 30e é fortalecer o mercado como um todo. Fazemos shows enormes no Allianz Parque, por exemplo, mas sempre pensamos em quem serão os headliners de amanhã. Cabe às produtoras investir nos novos nomes da música e na formação de novos públicos. E o Cine Joia tem o tamanho e o formato ideal para isso”, comenta Pepeu Correa, CEO da 30e. “Com as melhorias na infraestrutura e o investimento, a casa conseguirá operar da melhor forma. O público e os artistas ganham com isso”, complementa o executivo.

Facundo Guerra, Lucio Ribeiro e Fabrício Nobre seguem como sócios do Cine Joia. Além dos shows programados pela 30e, cabe ao time do trio a curadoria da agenda do local: “A parceria estratégica que firmamos com a 30e é algo que sonhávamos há muito tempo: contar com artistas que normalmente não conseguiríamos alcançar com nossa capacidade de investimento para apresentar em nosso palco intimista. Nada pode ser mais mágico e memorável do que um artista grande em uma casa de show pequena. Estamos ansiosos pelos anos vindouros, que farão com que o Cine Joia siga sua trilha de ser um palco que forma os sucessos de amanhã”, afirma Facundo Guerra.

A 30e já realizou muitos eventos no Cine Joia que foram marcantes para a cidade, como a apresentação do australiano Ruel, da norueguesa Sigrid e do sueco José González. Ainda neste ano a empresa levará ao palco da casa o show da sensação da música inglesa Lianne La Havas.